Empresas do setor aéreo do Brasil discutem o tráfico de animais silvestres

A IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), a Polícia Federal, o ICMBio e o IBAMA realizaram na última terça-feira, 29 de março, o primeiro webinar voltado às empresas aéreas brasileiras e gestores dos aeroportos do país. A iniciativa tem como objetivo promover ações relacionadas às estratégias de combate ao tráfico de animais silvestres e biopirataria nos aeroportos.

A IATA está trabalhando ao lado de diferentes empresas da indústria da aviação para apoiar o trabalho das agências de fiscalização para reduzir o tráfico de animais silvestres e reforçar o seu compromisso com a sustentabilidade. Ações como esta visam o debate em conjunto sobre o papel da indústria de transporte no comércio ilegal de animais selvagens, além de identificar maneiras pelas quais o setor pode quebrar a cadeia entre fornecedores e consumidores.

Dentre os temas discutidos durante o evento destacam-se a atuação do IBAMA nos Aeroportos, os aspectos do combate ao crime de tráfico de animais silvestres na Polícia Federal e as características do tráfico e conservação das espécies.

Marcelo Pedroso, diretor de relações institucionais da IATA no Brasil, ressaltou a importância de programas de sensibilização além da necessidade do compartilhamento de informação e sistemas de notificação de incidentes no país. “Em um território com enormes riquezas naturais e lar de milhares de espécies, muitas delas são constantemente ameaçadas de extinção. Por isso, precisamos reforçar o compromisso do setor aéreo em apoiar as autoridades brasileiras.

Segundo ele, o transporte aéreo vem sendo cada vez mais utilizado por esse comércio ilegal, que movimenta em torno de US$ 19 bilhões de dólares anuais. Por isso, durante a Assembleia Geral Anual da IATA de 2016, foi aprovada por unanimidade uma resolução denunciando o comércio ilegal de animais selvagens e produtos da fauna silvestre. Além disso, foi feito o compromisso de ações em parceria com autoridades governamentais e organizações de conservação na luta contra o tráfico de espécies protegidas.

“Embora o dever de capturar e punir esses criminosos recaia sobre as autoridades nacionais de fiscalização, as instituições e companhias aéreas podem ser uma importante fonte de conscientização”, finalizou.

De acordo com Mônica Montenegro, doutora e analista ambiental do ICMBio, “O tráfico de animais silvestres está entre as principais causas de redução das populações selvagens das espécies no Brasil.”

Para ela os aeroportos brasileiros têm um papel crucial no combate a este crime, pois é por onde passam muitos animais contrabandeados, transportados com documentação falsa e marcações forjadas. A especialista reforça a importância da união de esforços entre instituições governamentais e empresas do setor contra o tráfico de animais silvestres para a conservação dessas espécies nativas.

Daniel Carvalho, Chefe da Unidade do Ibama do aeroporto internacional de Guarulhos (SP) complementa que é necessário sensibilizar e engajar todos os envolvidos para aumentar a cooperação no combate ao tráfico de animais silvestres no Brasil.

Já Sebastião Pujol, Chefe da Coordenação de Repressão a Crimes contra o meio Ambiente e Patrimônio cultural, da Polícia Federal, reforçou que a Polícia Federal está em constante vigília no combate aos crimes que afetam a fauna silvestre.

“O trabalho desenvolvido pela PF busca eliminar a prática de crimes, como: maus tratos, receptação qualificada, associação criminosa, falsificação de documento público, perigo para a vida ou saúde de outrem, entre outros”, afirmou.

Participaram também do evento representantes das companhias aéreas AZUL, GOL, LATAM, TAP e ANA.

Informações da Assessoria da IATA

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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O evento foi organizado pela Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional (CERNAI) em conjunto com a OACI.