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Encerrado o IX Campeonato Nacional de Acrobacia Aérea; veja os vencedores

Sukhoi Su-26 pilotado por Márcio Oliveira – Imagem: Plínio Lins / CBA

Aconteceu em Minas Gerais, entre os dias 04 e 06 de agosto, uma competição de extrema importância no âmbito da atividade aerodesportiva no Brasil: o IX Campeonato Nacional de Acrobacia Aérea, organizado pelo Comitê Brasileiro de Acrobacia e Competições Aéreas – CBA.

A edição do campeonato contou com a participação de 32 pilotos e suas aeronaves, oriundos das mais diversas regiões do país, principalmente São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

Imagem: Plínio Lins / CBA

Edição IX

Chefiada pelo juiz Fernando Paes de Barros, veterano de acrobacia, nesta edição, os pilotos participantes realizaram suas acrobacias no aeródromo Serra do Cipó, em Jaboticatubas, Minas Gerais.

Além do local destinado para aviões, pilotos e pessoas envolvidas na organização, também foi disponibilizada uma área para receber público, com uma praça de alimentação.

Dentre os aviões que participaram desta edição do campeonato, um destaque para o K-51 Peregrino, pilotado por Otávio Kovacs, participando da categoria Intermediária. Esse avião é um ‘irmão em escala’ do T-27 Tucano, pois também foi projetado por Joseph Kovacs, e possui as mesmas linhas aerodinâmicas.

K-51 Peregrino, Otavio Kovacs – Imagem: Plínio Lins / CBA

Otávio Kovacs e Guto Assis são veteranos de competições dos anos 90, e também participaram desse campeonato (Kovacs no K-51 e Guto em um Pitts S-2S).
Otávio Kovacs é filho de Joseph Kovacs, e Guto Assis foi instrutor de acrobacia no Aeroclube de Minas Gerais nos anos 1990.

Além do K-51, outro destaque foi o CAP-10B, pilotado por Faco Paceri, voando pela primeira vez a categoria Avançada, categoria essa que exige muito do piloto e aeronave durante as manobras.

Mudry CAP-10B, Luis Gustavo Panceri (Faco) – Imagem: Plínio Lins / CBA

As instalações utilizadas para apoio dos juízes e da organização do campeonato foram cedidas pela Berg’s Aviation. A classificação final em cada uma das categorias é apresentada a seguir.

Resultados

Categoria Básica

1º João Teixeira – CAP 10

2º Breno Damasceno – Decathlon

3º Guilherme Gil – Decathlon

4º Luis Ereno – RV-8A

5º Arthur Mazzucatto – Decathlon

6º Carlos Vieira – Decathlon

7º Lucas Marinelli – Decathlon

8º Rodrigo Ferreira – RV-6A

9º Elisio Claudio – Decathlon

10º Cassio Teles – RV-7A

11º Rodrigo Farcilli – RV-7A

12º Igor Castro – Decathlon

13º Ricardo Neves – RV-6

14º Murilo – Decathlon

Categoria Sport

1º Guilherme Censoni – Pitts S-2B

2º Leonardo Gutierrez – RV-4

3º Bola Fly – Decathlon

4º Jorge Rodrigues – Decathlon

5º Guto Assis – Pitts S2-S

6º Paulo Tomasseto – Extra 300

7º Thiago Beraldo – Extra 200

Categoria 4 Minutes

1º Balila – Pitts S-2B

2º Faco – CAP-10

3º Márcio – Sukhoi 26MX

4º Christiano – Pitts S-2B

5º Rambo – Pitts S-2A

6º Pedro – Pitts S-1C

7º Lucas – Extra 300

8º Jorge – Decathlon

9º Polaco – Extra 300

10º Leonardo – RV-4

Categoria Intermediária

1º Felipe Mancacci – Pitts S-1C

2º Pedro Anunciação – Pitts S-1C

3º William Rambo – Pitts S-2A

4º Jeferson Skzypek – Extra 300

5º Lucas Yancovitz – Extra 300

6º Otávio Kovacs – K-51 Peregrino

Categoria Avançada

1º Balila Anunciação – Pitts S-2B

2º Victor Yancovitz – Extra 300

3º Faco Pancieri – CAP 10

Categoria Ilimitada

1º Marcio Oliveira – Sukhoi 26MX

2º Christiano Oliveira – Extra 300

Como funciona o campeonato

Pitts S-2B, Balila Anunciação – Imagem: Plínio Lins / CBA

O Campeonato de Acrobacia Aérea organizado pelo Comitê Brasileiro de Acrobacia e Competições Aéreas é feito em conformidade com as regras estabelecidas pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI). É um esporte praticado desde a década de 1930, e que foi oficializado a partir dos anos 1960, com um campeonato mundial realizado a cada dois anos.

Muitos dos aviões utilizados são especialmente projetados para esse esporte, com grande capacidade de manobra, podendo resistir a altas cargas de força gravitacional (força G). Os pilotos competidores, quem vêm de todas as partes do país, possuem treinamento para voar acrobacias.

Imagem: Plínio Lins / CBA

Na competição, os pilotos voam sequências de manobras pré-definidas, dentro de um “box acrobático”, que é um cubo de espaço aéreo com 1.000 metros de altura por 1.000 metros de largura e 1000 de profundidade.

Os limites superior e inferior do box são definidos com base na categoria em que o competidor está voando, e o competidor deve fazer toda a sequência de manobras dentro desses limites laterais e de altura.

Os limites inferiores do box são, por razões de segurança, estritamente cumpridos, e descer abaixo deles gera penalidades, que são subtraídas da pontuação geral do piloto.

O grau de dificuldade das sequências é dividido em 5 categorias, que vão aumentando gradativamente em nível de complexidade e quantidade de manobras. São elas:

– Básica

– Sportsman

– Intermediária

– Avançada

– Ilimitada

RV-7A, Cassio Telles – Imagem: Plínio Lins / CBA

Cada piloto se inscreve numa categoria e concorre nela até o final, e os três primeiros colocados de cada categoria são premiados com troféus. O campeão brasileiro é o mais bem pontuado da categoria mais difícil.

Além dessas, há a categoria “Freestyle”, ou “4 Minutes”, em que os pilotos têm 4 minutos para realizarem manobras livres, podendo inclusive fazer uso de fumaça e música. Essa categoria é realizada no sábado, após o voo das demais.

Os juízes da competição geralmente são pilotos veteranos ou entusiastas que tenham experiência em aviação e conhecimento das regras da Federação Aeronáutica Internacional (FAI).

Durante o campeonato, eles devem avaliar as manobras com critérios que incluem: a perfeição geométrica da figura (forma, raio, ângulo, etc); execução primorosa e precisa; ritmo das rotações; nitidez (o piloto deve definir bem quando está entrando e saindo de uma figura); respeito à sequência e ao sentido do vento; o posicionamento dentro do box; a altura de voo; entre outros.

No início e no final de cada sequência o piloto deve sinalizar com um balanço das asas aos juízes, para indicar que iniciou e terminou a prova.

Um piloto inicia uma sequência com cem pontos, e à medida que vai cometendo imperfeições vai tendo sua nota descontada. O juiz também pode atribuir uma nota de “Hard Zero” para indicar que a figura inteira foi voada de forma errada (por exemplo, fora do box, abaixo da altura mínima ou na direção errada), ou “Perception Zero” se um elemento obrigatório, embora sutil, não tiver sido constatado (por exemplo, uma parada em um tounneau de 2 tempos).

Imagem: Plínio Lins / CBA
Imagem: Plínio Lins / CBA
Imagem: Plínio Lins / CBA

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