Uma grande encomenda de jatos Boeing 737 foi anunciada pela Qatar Airways há alguns meses, mas informações recentes dizem que isso foi apenas para fazer pressão na Airbus.
A encomenda de jatos Boeing 737 MAX pela Qatar foi anunciada no início deste ano, após a empresa entrar numa batalha judicial e pública com a Airbus, por conta de reclamações sobre problemas na pintura dos jatos A350, que estavam com severa corrosão e poderiam afetar a segurança.
Um tempo depois, a Airbus subiu o tom ao cancelar unilateralmente 50 encomendas do A321neo feitas pela Qatar. Não passaram muitos dias até que a companhia árabe, por sua vez, retrucou e voltou a encomendar o 737 MAX num grande pacote de pedidos que incluía também os jatos 777.
Lembrando que, no passado, a Qatar tinha encomendado o 737 MAX, mas era para sua subsidiária Air Italy, que acabou fechando as portas. A empresa árabe decidiu por não ficar com os jatos e houve uma época em que até criticou o modelo, indicando que a Boeing deveria desistir dele.
Como novo desdobramento do caso, a Reuters teve acesso a documentos do processo judicial, onde a Airbus solicitou uma cópia do contrato da Boeing com a Qatar, já que esta última alegava que foi forçada a comprar o MAX para compensar o cancelamento dos jatos A321neo. Porém, a Qatar negou acesso ao contrato, alegando que ele expirou, e não tem mais validade, ou seja, não fechou negócio no final e não receberá as aeronaves.
Os contratos de intenção de compra costumam ter um período de validade, até para que se acordem o início de pagamento e a manutenção do preço do orçamento. Mas a não execução deste contrato costuma ser divulgada, o que não aconteceu.
Agora, com esta confirmação pela Qatar, que não quis comentar o assunto, a empresa fica novamente sem jatos de corredor único encomendados.
Novos desdobramentos podem ocorrer durante a feira Farnborough que começa em 11 dias, e é o principal evento de anúncios de compra e venda, mas o processo judicial se arrastará por muito mais tempo.