Engenheiro aponta o local em que está o Boeing 777 que sumiu em 2014, veja onde fica

O Boieng 777-200ER que desapareceu em 2014 – Imagem: Laurent ERRERA / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Menos de duas semanas atrás, vimos que o Engenheiro britânico Richard Godfrey afirmava que estava conseguido rastrear a rota do voo MH370, do Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines que desapareceu em 2014, usando para isso o WSPRnet (Weak Signal Propagation Reporter Network) – software que usa propagação de sinais de rádio.

Ele havia descoberto que o avião tinha voado em um padrão de órbitas (trajetória circular de espera em voo) por cerca de 22 minutos perto da costa de Sumatra, uma ilha da Indonésia, e que a evolução de sua análise dos dados permitiria chegar ao local final da aeronave até o final do mês de novembro.

E é exatamente o que acontece nesta terça-feira, 30, último dia do mês. Em seu site sobre a busca pelo paradeiro do misterioso desaparecimento, Richard descreve que os resultados preliminares da análise GDTAAA WSPRnet do voo MH370 colocam o local do acidente na posição 33,177°S 95,300°E, a 6 milhas náuticas a leste do Arco 7º.

Em seu relatório, ele detalha que os dados analisados sugerem que a aeronave estava a 33 mil pés por volta às 00:18:00 UTC quando começou a descer, possivelmente por apagamento dos motores por falta de combustível. Pouco depois, às 00:19:37 UTC, o Boeing 777 atingia uma razão de descida de cerca 14 mil pés por minuto quando já estava abaixo de 12 mil pés de altitude nos instantes finais do voo.

O local apontado como principal para a busca da aeronave é no sopé do platô Broken Ridge, em uma área com difícil terreno subaquático. Existem afloramentos montanhosos e falésias, um vulcão subaquático e um desfiladeiro. O local está marcado com um ponto vermelho na imagem a seguir.

Imagem publicada por Richard em seu relatório
Local aproximado da queda – Imagem: Google Earth

A área de busca fica 1.933 km a oeste de Perth, Austrália, a uma profundidade de cerca de 4.000 metros. Segundo o engenheiro, o local do acidente foi excluído da área de pesquisa da empresa Ocean Infinity coberta em 2018.

Esta localização não estava na área de pesquisa original do ATSB em 2015, mas foi incluída na área de pesquisa estendida em 2016, que cobria uma área total de 120.000 km. A área foi pesquisada pelos navios Fugro Equator e Fugro Supporter em 2016 e uma série de pontos de contato de sonar foram anotados.

O navio chinês Dong Hai Jui 101 retornou à área nos dias 24/25 de outubro de 2016 e usou um Veículo Operado Remotamente (ROV) para revisitar dois pontos de contato, mas não passou neste local apontado como principal para o acidente.

Adicionalmente, Richard aponta que 33 itens de destroços foram recuperados e muitos foram comprovados como originados do MH370 ou de um Boeing 777 de especificação semelhante, e que a professora Charitha Pattiaratchi conduziu uma análise de deriva dos destroços e concluiu que o local mais provável do acidente seria por volta de 32°S a 33°S próximo ao Arco 7º, portanto, a análise do WSPRnet está de acordo com o apontamento dela.

O relatório termina afirmando que será seguido em breve por dois artigos que se destinam a apoiar uma revisão detalhada dos métodos e resultados da análise. Até o momento da publicação desta matéria, ainda não havia informações sobre novas buscas a serem feitas no local apontado. Traremos atualizações conforme se fizerem conhecidas.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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