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Enorme comboio de aviões americanos registrado em retirada do Afeganistão

Fila de aviões americanos deixa o Afeganistão

Na segunda-feira (30), os Estados Unidos anunciaram oficialmente a conclusão da retirada caótica de suas tropas do Afeganistão, encerrando 20 anos de invasão e guerra do país asiático. Ao longo das duas décadas, foram dezenas de milhares de mortos e feridos.

“Estou aqui para anunciar a conclusão de nossa retirada do Afeganistão e o fim da missão militar para evacuar cidadãos americanos, nacionais de países terceiros e afegãos vulneráveis. O último C-17 decolou do Aeroporto Internacional Hamid Karzai na noite de 30 de agosto e a última aeronave tripulada está agora liberando o espaço aéreo do Afeganistão”, disse o comandante do Comando Central dos Estados Unidos, general Frank McKenzie na tarde de ontem.

O último

Imagens emblemáticas da retirada americana foram compartilhadas na internet. A primeira delas, postada no Twitter do Departamento de Defesa, mostra o embarque do último militar americano numa aeronave, minutos antes dela partir, encerrando as atividades no país asiático.

O último C-17 partiu com o major-general do Exército Chris Donahue, o comandante das tropas em Cabul, e o embaixador dos EUA no Afeganistão Ross Wilson a bordo. Era apropriado que os líderes do Estado e da Defesa saíssem juntos, disse McKenzie. 

Outra imagem que ficará para a história foram as decolagens sequenciais e com poucos minutos de diferença entre si, de cerca de 15 grandes aeronaves da Força Aérea dos Estados Unidos – vide a imagem que abre essa matéria, obtida junto à plataforma de rastreamento de voos FlightRadar24.

Uma frota

Dentre a frota registrada em voo estão vários Boeing C-17, principal aeronave de transporte na operação de evacuação, responsável por retirar americanos, aliados e afegãos vulneráveis do país. Além deles, são vistos o avião-espião Boeing RC-135W Rivet Joint ISR, o bombardeiro Boeing B-52H Stratofortress, o Lockheed AC-130W Stinger II (Hércules altamente modificado como aeronave de suporte de ataque) e o E-11A BACN, um jato executivo transformado em plataforma de comunicações.

Juntas, as aeronaves se dirigiram à base aérea de Al Udeid, no Catar, base operacional do resgate dos afegãos.

O fato de os C-17 terem desempenhado tal papel na evacuação é apropriado. Em 7 de outubro de 2001, os líderes do Pentágono anunciaram que os aviões C-17 estavam distribuindo rações humanitárias para afegãos famintos, enquanto os militares americanos perseguiam a Al Qaeda e os líderes do Taleban que protegiam Osama bin Laden e seu culto assassino. 

A partida do C-17 foi o fim da parte militar da evacuação e “também o fim da missão de quase 20 anos que começou no Afeganistão logo após 11 de setembro de 2001”, disse McKenzie. “É uma missão que acabou com Osama bin Laden, junto com muitos de seus co-conspiradores da Al Qaeda, e não foi uma missão barata”.

Esta foi a maior operação de evacuação de não combatentes já conduzida pelos militares dos EUA. O presidente Joe Biden ordenou o início da operação NEO em 14 de agosto. Desde então, aeronaves militares dos EUA evacuaram mais de 79.000 civis do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, que inclui 6.000 americanos e mais de 73.000 nacionais de países terceiros e afegãos. 

O que restou

Logo após a saída americana, o Talibã tomou conta do aeroporto de Cabul e celebrou a retomada completa do país com tiros para o alto e cantos ao longo da noite. No aeroporto, pouco restou dos equipamentos supridos pelos Estados Unidos, já que vários helicópteros foram inutilizados.

Segundo informou o Departamento de Defesa, mais de 70 aeronaves foram desmilitarizadas e inutilizadas, de modo que o Talibã, em tese, não as conseguirá utilizar.

Saldo da guerra

Mais de 800.000 militares americanos e 25.000 civis serviram no Afeganistão durante a missão de quase 20 anos. Um total de 2.461 militares e civis dos EUA foram mortos e mais de 20.000 ficaram feridos. 

“Infelizmente, isso inclui 13 militares dos EUA que foram mortos na semana passada por um homem-bomba. Honramos o sacrifício deles hoje. Conforme lembramos suas realizações heroicas. Nenhuma palavra minha poderia captar toda a extensão dos sacrifícios e as conquistas de quem o serve, nem as emoções que estão sentindo neste momento, mas devo dizer que estou orgulhoso por meu filho e eu termos participado disso”, acrescentou McKenzie.

McKenzie elogiou os mais de 5.000 militares que possibilitaram a operação. Ele disse que o número de pessoas evacuadas representou uma realização monumental, possibilitada pela “determinação, a coragem, a flexibilidade e o profissionalismo dos homens e mulheres das forças armadas dos EUA e nossos parceiros de coalizão que foram capazes de combinar esforços rapidamente e evacuar tantos sob condições tão difíceis”.

“Os últimos 18 dias foram desafiadores”, disse McKenzie. “Os americanos podem se orgulhar dos homens e mulheres das forças armadas que enfrentaram esses desafios de frente.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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