
Ao longo desta semana, acompanhamos os desdobramentos de uma abortagem de decolagem no Aeroporto de Congonhas, no coração da capital paulista, em que um Boeing 737-800 da GOL Linhas Aéreas estava correndo na pista quando seus pilotos foram instruídos pelo controle de tráfego aéreo a suspender o procedimento.
O fato chamou atenção não apenas por conta da abortagem, que é um procedimento previsto e treinado pelos pilotos, tendo sido concluído com segurança, mas também porque a bordo da aeronave estava o deputado e piloto de helicóptero Celso Russomano, que enviou uma carta à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) com um pedido de investigação sobre a situação.
O político afirmou que os passageiros “passaram por momentos de pânico e apreensão quando a aeronave, sem nenhum aviso, freou bruscamente na pista, atendendo à ordem do controlador de voo” (caso você não tenha visto ou queira rever o conteúdo todo da carta, clique aqui, e caso queira rever o vídeo da decolagem abortada, incluindo a comunicação do controle de tráfego aéreo, clique aqui).
Mas, além da polêmica acima com o deputado, a situação também gerou curiosidade em relação ao que aconteceu depois da abortagem.
Muitos foram os leitores que questionaram qual seria o motivo para a companhia aérea ter substituído a aeronave, fazendo com que seus clientes tivessem que aguardar por cerca de 2 horas até finalmente partirem para seu voo em outro Boeing 737-800.
Em nossa matéria da segunda-feria, sobre o registro em vídeo daquele momento, comentamos sobre a troca da aeronave possivelmente se dever à necessidade de resfriamento e inspeção do trem de pouso devido ao possível sobreaquecimento dos freios na frenagem. Porém, para trazermos maior precisão na informação a você leitor, contatamos a própria GOL Linhas Aéreas para fornecer detalhes.
A resposta da companhia ao AEROIN foi a seguinte a respeito de toda a situação:
“Em relação ao voo G3 1456, operado entre Congonhas (CGH) e Brasília (BSB) na última segunda-feira (13/12), a GOL Linhas Aéreas informa que durante o processo de decolagem com a aeronave PR-GUY Boeing 737-800, foi necessário abortar a operação devido solicitação do controle de tráfego aéreo de CGH.
Como é obrigatório dentro do que determina as regras da aviação, toda aeronave que é sujeita a um aborto de decolagem precisa passar por uma inspeção para avaliar as condições do equipamento, especialmente do trem de pouso, rodas e freios, que podem se danificar em eventos como esse em virtude da alta energia de frenagem. Por conta desse procedimento, foi preciso trocar a aeronave, e o voo seguiu a rota na aeronave PR-GGL Boeing 737-800.
A GOL lamenta os transtornos causados, mas reforça que a manobra realizada se trata de procedimento previsto pelo manual do fabricante e foi executada com total Segurança, valor número 1 da Companhia.“
Portanto, fica confirmado que a troca da aeronave foi um procedimento necessário e totalmente em conformidade com a recomendação de segurança do fabricante do jato em relação ao conjunto de trem de pouso. O próprio PR-GUY, após as inspeções, decolou um pouco mais tarde para outro voo da companhia.