Na manhã de quinta-feira, 6 de setembro, o “Aviation Day Argentina” teve início no hotel Hilton de Buenos Aires, organizado pela IATA e ACI-LAC. O evento reuniu os principais representantes da indústria de transporte aéreo no país e na região, abrangendo setores tanto públicos quanto privados. O encontro ocorre em um momento crucial para o setor na Argentina, com otimismo sobre o futuro e críticas ao passado.
Como informou o Aviacionline, que esteve presente in loco, Peter Cerdá, vice-presidente da IATA para as Américas, destacou a importância do evento, afirmando que “o momento não poderia ser melhor” para debater iniciativas que visam facilitar a mobilidade aérea, tanto para argentinos quanto para turistas estrangeiros.
Ele mencionou que a aviação gerou 55 bilhões de dólares ao PIB da Argentina em 2023, sustentando 1,2 milhão de empregos e contribuindo com 1,5 bilhão de dólares deixados por visitantes internacionais. Cerdá enfatizou que cada evento cultural ou esportivo tem um impacto econômico significativo, impulsionado pela conectividade aérea.
O aumento das rotas aéreas na Argentina foi significativo, com um crescimento de 4,5% no número de rotas, 14,9% nas frequências e 17,3% na oferta de assentos apenas no primeiro semestre de 2024. Cerdá elogiou as recentes reformas governamentais, como a eliminação do monopólio do handling aeroportuário e a simplificação do registro de aeronaves, que promovem transparência e competitividade no mercado.
Críticas ao Passado e Chamado à Ação
Em contraste, Rafael Echevarne, diretor geral de ACI-LAC, fez um apelo para que os governos da América Latina e do Caribe liberalizem os serviços aéreos. Ele elogiou as medidas do governo argentino, afirmando que essas ações trarão benefícios ao mercado, e destacou a importância da experiência europeia nesse contexto. Echevarne ressaltou que a tecnologia pode otimizar processos e melhorar a experiência dos passageiros, reduzindo filas em terminais.
Franco Mogetta, Secretário de Transporte da Nação, fechou o evento com críticas contundentes à situação anterior do setor aéreo argentino. Ele descreveu um cenário de “monopólio” e “setor fechado”, explicando que várias regulamentações estavam obstruindo o desenvolvimento da aviação.
Mogetta enfatizou a necessidade de que o Estado interveja de maneira limitada, promovendo um ambiente favorável para o crescimento das empresas aéreas, e ressaltou que não permitirá que grupos de interesse mantenham privilégios em detrimento do progresso do setor.
Ele se dirigiu aos “líderes sindicais” que se opõem às reformas, apontando que são os métodos de obstrução que devem ser desmantelados para permitir que o setor aéreo argentino prospere. A mensagem foi clara: o governo está determinado a modernizar o sistema de aviação, mesmo diante da resistência.
Assim, o Aviation Day Argentina destacou tanto o potencial de crescimento e inovação na aviação do país quanto os desafios que ainda precisam ser enfrentados. Com a união de esforços no setor e uma visão voltada para o futuro, a Argentina pode se posicionar fortemente no cenário global da aviação, promovendo uma conectividade melhorada que beneficia tanto cidadãos quanto visitantes.
