Erro do piloto faz tribunal condenar aérea por homicídio culposo em acidente que matou 152

Foto de Patrick Mutzenberg, via Wikimedia Commons

A companhia aérea Yemenia foi julgada culpada por um Tribunal de Paris, treze anos depois do acidente com o voo 626, de 30 de junho de 2009. O tribunal correcional francês decidiu condená-la ao máximo legal, aplicando uma multa de 225.000 euros. 

Como relata o Le Progres, os juízes consideraram a empresa “culpada de homicídio culposo e lesão negligente”. Além disso, ela deve pagar mais de um milhão de euros em honorários advocatícios e danos a duas empresas.

No acidente, o avião do modelo Airbus A310-300 caiu no Oceano Índico depois de tentar se aproximar do Aeroporto Príncipe Said Ibrahim em uma forte tempestade. A investigação determinou que a causa foi um erro do piloto: “as ações inadequadas da tripulação levaram a um estol irrecuperável”, disse um relatório.

Entre outras causas, o relatório final afirmou que a tripulação decidiu continuar a aproximação apesar de não estar estabilizada, o que desencadeou vários alarmes. Entre outros, foram ativados alertas de proximidade do solo, configuração incorreta e estol. A tripulação, focada em voar a aproximação, não respondeu adequadamente a eles. A aeronave deveria pousar na pista 02; no entanto, continuou após o ponto de aproximação final, virou para o norte e caiu no mar.

No total, 152 pessoas morreram no acidente, incluindo 66 franceses. A única sobrevivente foi uma menina de 12 anos chamada Bahia Bakari, que foi encontrada flutuando agarrada a um pedaço do avião, treze horas depois.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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