Erro em sistema fez 12 mil voos ficarem sem pilotos nos Estados Unidos

Um problema com um sistema interno de escala de trabalho fez com que doze mil voos da American Airlines no mês de julho ficassem sem ter pilotos agendados para comandá-los. Segundo informações da mídia americana, a falha teria ocorrido na sexta-feira, quando o software erroneamente permitiu que os pilotos recusassem voos que já haviam sido atribuídos a eles.

Na American Airlines, assim como em outras empresas, os pilotos muitas vezes podem recusar voos ou trocá-los com outros pilotos. No entanto, durante os meses de verão e em torno dos principais feriados, como é o caso agora, essas políticas são revistas para atender à alta demanda.

Como o sistema permaneceu aberto, inclusive para voos com programação confirmada, os pilotos da empresa acabaram “devolvendo” 12.000 deles, equivalentes a 37.000 horas de voo.

Enquanto a American Airlines se esforçava para corrigir o problema, o sindicato que representa os pilotos criticou o que chamou de “má gestão da empresa” e sugeriu que usaria tal fiasco como exemplo durante as negociações de acordos coletivos.

Em um comunicado, um porta-voz da American confirmou a falha, dizendo: “Nosso sistema de negociação de viagens teve um problema técnico. Como resultado desse problema, certas transações de negociação de viagens puderam ser processadas quando não deveriam ter sido permitidas. Restauramos a grande maioria das viagens afetadas e não prevemos nenhum impacto operacional por causa desse problema”.

O assunto ganhou destaque porque existe uma apreensão de como as empresas aéreas americanas, assim como as europeias, vão se sair no período mais movimentado para a aviação: as férias de verão. Com a falta de funcionários e os novos surtos de Covid, existe um receio de que as operações possam ser impactadas.

A American Airlines recentemente ofereceu aos pilotos um aumento salarial de até 16,9% como parte de uma oferta de dois anos. As negociações com a Allied Pilots Association, o sindicato local, continuam e um acordo ainda não foi aceito pelos pilotos da transportadora.