Essas companhias aéreas ainda não se decidiram pelo A320neo ou 737 MAX

Algumas poucas grandes empresas aéreas não decidiram sobre a renovação de suas frotas de voos domésticos ou regionais de curta duração, veja quais são.

O Boeing 737 MAX está de volta aos voos e a fabricante tenta correr atrás da distância ganha pelo Airbus A320neo no mercado. De qualquer maneira, essas continuam sendo as duas opções mais populares e mais fáceis de operar no mercado, seja pela presença das fabricantes em todo o mundo, seja pela facilidade de transição das gerações anteriores para a nova a nível de treinamento e peças.

Enquanto a maioria das empresas aéreas, inclusive as brasileiras Azul, Latam e Gol já “bateram o martelo” para a composição de suas frotas futuras, e já recebem os novos aviões, outras empresas ainda preferem esperar.

Abaixo listamos as principais empresas que ainda vão operar aviões de geração anterior por um tempo maior e que ainda não decidiram qual aeronave de última geração irá dominar suas frotas futuras (note que elas já operam jatos de geração mais atual, mas ainda têm muitos jatos mais antigos, e esse é o objetivo da análise).

Delta Air Lines

A americana Delta deu, nos últimos anos, uma guinada brusca, indo de uma frota majoritariamente de Boeing para uma de maioria Airbus, uma herança da Northwest Airlines (que foi adquirida pela Delta em 2008).

Hoje, a empresa conta com 186 jatos do modelo Airbus A319ceo, A320ceo e Boeing 737-800. Alguns dos jatos A319ceo podem ser substituídos pelos A220-300 que devem chegar, mas não tem nada confirmado ainda.

Por outro lado, os maiores, 737-900ER e A321ceo já serão substituídos pelos A321neo. Ficam no meio do campo os A320ceo e 737-800, sem substituto oficial ainda, mas dado o histórico recente da empresa, e uma encomenda no mês passado, o A320neo é o favorito.

Air France

A empresa francesa, que sempre saiu na frente para ser uma das primeiras operadoras de praticamente todos os jatos Airbus, não seguiu a tradição com o A320neo e hoje conta ainda com 64 jatos A320 e A321 de geração anterior (ceo) na frota, sem planos de renovação.

Na frota menor, dos A318 e A319, ela segue a receita da Delta, e já está substituindo os menores Airbuses por A220, antigo Bombardier CSeries.

KLM

A empresa holandesa, que é parte do grupo da Air France, possui apenas jatos Boeing 737 NG na sua frota de corredor único, totalizando 49 unidades, com exceção dos jatos regionais Embraer que operam na subsidiária Cityhopper.

Assim como a irmã francesa, ela não decidiu pela renovação de frota doméstica, que no caso é utilizada para voos intra-europeus.

Qantas

Avião Boeing 737-800 Qantas
Imagem: Holgi / Domínio público

A empresa australiana tem apostado forte na renovação da frota para os voos ultra longos, inclusive com os planejados maiores voos do mundo no Projeto Sunrise.

Mas, por outro lado, não se tem notícia de negociação para substituir os 75 jatos Boeing 737-800 que operam dentro da Austrália e também em voos para países insulares vizinhos, como a Nova Zelândia.

JAL

Japan Airlines | Boeing 737-800 | JA330J | Shimajiro Jet livery | Tokyo Haneda

A nipônica JAL, ao contrário da sua concorrente ANA, não optou pelo Airbus A320neo para renovação de frota, mas ao mesmo tempo também não escolheu o 737 MAX. Hoje, a empresa tem 48 Boeing 737-800 na frota de corredor único.

A empresa, depois da crise de 2008, passou por uma reestruturação profunda, que inclusive resultou no corte dos voos de Tóquio para São Paulo. Desde então, tem feito encomendas apenas de jatos de longo curso, como o Boeing 787 e o Airbus A350.

Alitalia

A empresa se encontra na sua pior fase da sua interminável crise, e sem plano anunciado oficialmente para renovar a frota de jatos Airbus A319, A320 e A321, assim como dos aviões maiores A330 e Boeing 777. A idade das aeronaves já era motivo de crítica antes mesmo do Coronavírus.

Apesar de todas mudanças promovidas nos últimos anos, inclusive enquanto a Etihad ainda era sócia, a renovação da frota não ocorreu, fazendo com que a empresa ficasse para trás da concorrência, principalmente das low-costs que sempre trocam de aviões por modelos mais eficientes e modernos. Veja as últimas novidades do processo de reorganização da Alitalia clicando aqui.

Por fim vale ressaltar que maioria destas empresas usa a estratégia de não renovar a frota “o mais rápido possível” por diversos motivos, mas dentre está o fato de que muitos dos utilizados hoje são de propriedade das companhias, e não de lessores (arrendadores). Logo, não há mais o custo mensal do aluguel (leasing), sendo mais interessante para elas manter um avião próprio um pouco mais velho, do que pegar um mais novo e pagar centenas de milhares de dólares mensais.

Isso não significa que essa mesma prática sirva para todas as empresas do mundo. Cada uma tem suas características operacionais, estão sujeitas a regimes tributários diferentes e também possuem suas estratégias. Portanto, enquanto para a Delta vale a pena manter alguns jatos de sua propriedade, pode ser (hipótese) que para a brasileira Azul, por exemplo, não valha.

Outro ponto é que muitas destas empresas observam o mercado, são mais conservadoras nas escolhas, e esperam o amadurecimento do produto. Isso foi acertado para o caso do 737 MAX, que teve diversos problemas e ficou quase dois anos sem voar, e também no A320neo que teve problema nos motores com os primeiros operadores.

Mas, no final, a batalha Airbus x Boeing ainda tem um longo caminho à frente, sendo que a encomenda de qualquer uma dessas companhias acima será de grande atenção do mercado e das fabricantes.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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