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Estados Unidos já consideram suspender voos domésticos

O presidente Donald Trump disse na quarta-feira (1) à noite que os Estados Unidos estão considerando interromper alguns voos domésticos e linhas ferroviárias entre as cidades onde a covid-19 atingiu com maior força. 

Segundo a Reuters, Trump disse que não apoiava o cancelamento de todos os voos domésticos mas que uma decisão será tomada em breve. “Cancelar todos os voos de todas as companhias aéreas é uma decisão muito, muito difícil”, disse Trump. “Mas estamos pensando nos voos que ligam os “hotspots” do vírus”. O presidente americano não nomeou nenhuma cidade ou rota em particular. 

O pior do surto de coronavírus nos EUA está localizado na área metropolitana de Nova Iorque, embora o vírus tenha se espalhado rapidamente por todo o país. Nova Orleans, Seattle, Detroit e outros grandes centros – além de cidades menores e áreas rurais – também foram duramente atingidos pelo covid-19. 

O setor aéreo foi largamente afetado pela crise de saúde pública. As companhias aéreas reduziram milhares de voos para atender à demanda insignificante. As operadoras esperam fazer cortes mais profundos à medida que a demanda cai ainda mais devido a preocupações com a propagação do vírus.

Apenas 146.348 pessoas foram rastreadas nos aeroportos dos EUA na terça-feira, uma queda de quase 93% em relação ao ano anterior, segundo a Transportation Security Administration.

Perdas e mais perdas

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) publicou uma nova análise mostrando que as companhias aéreas podem queimar US$ 61 bilhões em suas reservas de caixa durante o segundo trimestre que se encerra em 30 de junho de 2020.

A nova projetção prevê que a receita deverá cair 68%. Isso é menor do que a queda de 71% na demanda devido à continuação das operações de carga. Prevê-se que os custos variáveis ​​caiam acentuadamente – cerca de 70% no segundo trimestre – em grande parte em linha com o corte esperado de 65% na capacidade do segundo trimestre. O preço do combustível para aviação também caiu drasticamente.

Os custos fixos e semi-fixos representam quase metade do custo de uma companhia aérea. Espera-se que os custos semi-fixos (incluindo os custos da tripulação) sejam reduzidos em um terço. As companhias aéreas estão cortando o que podem, enquanto tentam preservar sua força de trabalho e negócios para a recuperação futura.

Essas mudanças nas receitas e custos resultam em uma perda líquida estimada de US$ 39 bilhões no segundo trimestre. Além dos custos inevitáveis, as companhias aéreas têm de lidar com o reembolso de bilhetes vendidos, mas não utilizados, como resultado de cancelamentos em massa devido às restrições impostas pelos governos. Sobre isso, o passivo do segundo trimestre é de colossais US$ 35 bilhões – embora nem todas as pessoas vão cancelar suas viagens. De qualquer maneira, a queima de dinheiro será grave. A IATA estima que as companhias aéreas possam queimar US$ 61 bilhões de seus saldos de caixa, somente no segundo trimestre.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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