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Estudo revela que Ryanair, Lufthansa e British são as companhias aéreas que mais poluem na Europa

Imagem: Dirk Vorderstraße / CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

O relatório anual de emissões elaborado pelo grupo ambientalista Transport and Environment (T&A) revelou que, entre todas as companhias aéreas que operam na Europa, a Ryanair foi a que mais poluiu durante o ano de 2023, liderando o ranking pelo terceiro ano consecutivo. Em seguida, estão a Lufthansa e a British Airways, que também apresentam níveis elevados de emissões.

No caso da Ryanair e da Wizz Air, ambas poluíram mais do que nunca, superando seus picos de 2019. A Ryanair emitiu 15 Mt de CO₂ em 2023, um aumento de 23% em relação aos níveis anteriores à Covid. Já as emissões da Wizz Air cresceram 40% no mesmo período. Para ilustrar, as emissões da Ryanair equivalem à poluição gerada por sete milhões de carros a gasolina em um ano, detalha o Aviacionline.

O crescimento das companhias aéreas ‘low cost’

Jo Dardenne, diretor de aviação da T&E, explicou: “O modelo de negócio ‘low cost’ está impulsionando um crescimento insustentável no setor. Pensávamos que as companhias aéreas se reconstruiriam melhor após a Covid, mas com esse aumento exorbitante de poluição pelas companhias ‘low cost’, a ‘aviação verde’ parece cada vez mais distante. Tecnologias limpas, como combustíveis de aviação sustentáveis, não conseguirão acompanhar o ritmo de crescimento da Ryanair, Wizz Air e outras.

Em 2023, uma em cada quatro viagens saindo da Europa foi operada por uma das três principais companhias aéreas low cost: Easyjet, Ryanair e Wizz Air. Em 2019, essa proporção era de uma em cada cinco. Essas companhias têm ganhado mercado às custas das companhias aéreas tradicionais, que perderam 2,8 pontos percentuais desde 2019, enquanto as ‘low cost’ cresceram 5,3 pontos percentuais.

A aviação entrou no Sistema de Comércio de Emissões (ETS) da UE em 2012 e no ETS do Reino Unido em 2021. Isso significa que as companhias aéreas poluidoras devem entregar uma quantidade de permissões equivalente ao CO₂ emitido no ano anterior. Essas permissões são distribuídas anualmente, algumas gratuitamente pelos estados-membros. Se não possuem o suficiente, devem comprá-las em leilões ou de outras empresas com excedentes.

O objetivo desse sistema é limitar as emissões de CO₂, reduzindo progressivamente a quantidade e aumentando o custo das permissões, incentivando as empresas a reduzir suas emissões.

No entanto, a T&E denuncia que até 78% das emissões de CO₂ da aviação não foram pagas no ano passado, pois não possuíam valor de mercado ou foram distribuídas gratuitamente às companhias aéreas. Além disso, o CO₂ é apenas a ponta do iceberg, já que existem outros tipos de emissões que também contribuem para o aquecimento global e ainda não são regulamentadas.

Jo Dardenne enfatizou: “Voar é muito barato. Seja nas companhias tradicionais ou ‘low cost’, a aviação não está pagando o suficiente por suas emissões de carbono. Mais de dez anos após a introdução do mercado de carbono para a aviação, o sistema ainda é insuficiente para incentivar a transição para combustíveis fósseis. Esta situação absurda, onde um passageiro paga mais por um café no aeroporto do que algumas companhias aéreas pagam por suas emissões, precisa mudar.

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