Após o vídeo do grande pouso do A380 viralizar na web em todo o mundo, a Etihad Airways demonstrou não ter gostado muito da atitude dos pilotos, por mais que tenha sido correta.
O grande pouso foi comandado por uma dupla de pilotos portugueses e demonstrou a grande habilidade dos tripulantes em manter o avião controlado e centrado na pista, mesmo com os ventos da Tempestade Dennis os afligindo, os quais passavam de 100 km/h.
Mesmo sendo uma habilidade ensinada desde as primeiras horas de voo (no Brasil, a técnica é conhecida como “caranguejar“), um chefe da Etihad não gostou da manobra.
Em um comunicado interno vazado pelo site Paddle Your Own Kanoo, o piloto-chefe da frota de Boeing da companhia não quer que isso se repita. Sim, ironicamente gerente da frota de Boeing foi quem emitiu o comunicado sobre o Airbus A380.
“Vocês devem ter visto nesta semana um de nossos A380 fazer um pouso com fortes ventos em Londres. Inicialmente, isto foi visto como “pouso de mestre”. A posição oficial do Departamento de Treinamento é simples: NÃO É ISSO O QUE QUEREMOS VER. Existe uma hora de desistir da aproximação para preservar a segurança”, afirma o e-mail interno enviado para outras pessoas da área de treinamento.
“Se você vir uma coisa dessas no simulador, é nota 1 para ambos os pilotos. Por favor, senhores, vamos ensinar nossos pilotos a operar de maneira segura mesmo que envolva mudar a missão” conclui o piloto-chefe no e-mail.
Diversas pessoas criticaram a atitude da Etihad em reprimir seus pilotos, já que o pouso foi feito com segurança e promoveu a marca da empresa, que passa por grave crise financeira. Por outro lado, alguns pilotos apontaram que provavelmente os tripulantes portugueses pousaram acima do limite máximo de componente de vento.
Este limite é estabelecido tanto pela fabricante do avião, a Airbus, quanto pela própria companhia aérea. Ele determina que acima de certa velocidade do vento (a variar de acordo com o rumo do vento) o avião não pode pousar por questão de segurança, para evitar que saia da pista.
Ao mesmo tempo, a diretoria da Etihad não fez uma crítica técnica ou exemplificou o que precisa ser corrigido. A empresa não quis se pronunciar oficialmente sobre o caso e o vazamento do comunicado interno.
