A informação de que o governo dos EUA esta tendo que comprar massivamente passagens aéreas da companhia aérea Ariana Afghan, estatal atualmente nas mãos do Talibã, foi dada inicialmente pela rede de notícias NBC, citando quatro fontes próximas do processo. Os pagamentos, no entanto, não sairiam diretamente das contas do governo americano, mas de uma operação estruturada e sediada no Catar, que atua como intermediário no processo.
O objetivo das transações, no entanto, é permitir a evacuação continuada de afegãos que antes atuavam ao lado das tropas americanas no Afeganistão. Como os voos de evacuação foram realizados apenas em agosto do ano passado, após o Talibã assumir novamente o país, e outros voos operados pelo Catar duraram até janeiro passado, depois disso, a retirada de refugiados somente foi possível mediante acordo com os talibãs e em voos das empresas locais, de dois meses para cá.
A Ariana Afghan possui dois voos por semana na rota entre Cabul e Doha, no entanto, os preços cobrados dos EUA por assento no voo não foram informados. Segundo o site da empresa, uma passagem apenas de ida na rota custa cerca de US$ 480.
Os esforços, no entanto, podem durar muito tempo, já que calcula-se que mais de 150 mil afegãos estão tentando se mudar para os Estados Unidos, muitos dos quais já saíram do Afeganistão desde agosto do ano passado, mas a maioria ainda está em território afegão. Eles desejam deixar o jugo do Talibã por não concordarem com sua forma de governo e também por medo, após ajudar os EUA em sua dominação do país ao longo de 20 anos.
Apesar de não ser uma empresa aérea sancionada, a Ariana Afghan está proibida de voar para a União Europeia e aos Estados Unidos, por seu histórico temerário de segurança.
