Em mais um ‘déjà vu’ da indústria aeronáutica, os EUA deram um indício de que não permitirão que a Airbus participe de uma concorrência contra a Boeing.
O episódio é novamente a batalha entre o Airbus A330 e o Boeing 767, mas no campo militar, onde o jato americano tem ganhado espaço no território americano.
A primeira disputa foi para a substituição do KC-10, um avião reabastecedor baseado no trijato McDonnell Douglas DC-10 da USAF (Força Aérea dos EUA). Após anos de disputa, cancelamento e reabertura, a Airbus foi desclassificada e a Boeing ganhou com o KC-46, versão baseada no 767.
O porém é que desde o início ficou claro que o KC-46 era menor e menos capaz do que o A330, e que a reabertura do processo tinha sido um favorecimento à Boeing, com mudanças nos detalhes da licitação.
Anos se passaram e a Airbus continuou vendendo o A330 para outros países aliados dos EUA, em um ritmo maior do que a Boeing. E agora os EUA abriram a proposta para substituir o KC-135 Stratotanker, que será uma encomenda bem maior do que a anterior.
Novamente a Airbus colocou as cartas na mesa e fechou uma parceira com a Lockheed Martin para fabricar o jato nos EUA caso ganhe a disputa.
Porém, o edital ainda não saiu, e para o secretário da USAF, Frank Kendall, a força irá optar por uma receita caseira: “Na medida em que olhamos à frente (para a licitação), os requisitos começam a parecer com um KC-46 modificado do que um avião completamente novo. Então estamos trabalhando nisso e finalizando os requisitos”, afirmou o oficial, segundo a DefenseOne.
A modificação poderia ser a plataforma baseada no 767-300, de maior comprimento, ao invés do 767-200. Porém, o descontentamento dos militares, principalmente os mais próximos do “front”, deve aumentar caso a insistência no KC-46 continue.
