Ex-CEO da Garuda Indonesia pega 8 anos de cadeia por receber suborno da Airbus

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Emirsyah Satar, CEO da Garuda Indonesia de 2005 a 2014, foi condenado, no último dia 8 de maio, a oito anos de prisão por suborno e lavagem de dinheiro.

Avião Airbus A330-300 da Garuda Indonesia

De acordo com as informações divulgadas por seu advogado, Luhut Pangaribuan, as condenações por suborno e lavagem de dinheiro estão relacionadas à compra de aeronaves da Airbus e motores da Rolls-Royce, segundo o portal do The Strait Times.

Além dos oito anos de prisão, Satar também foi condenado a pagar uma multa de 1 bilhão de rupias IDR (moeda local, que equivalem a cerca de US$ 67.000), por acusações de aceitação de suborno no valor US$ 3,3 milhões e de lavagem de outros US$ 5,9 milhões.

A Comissão de Erradicação da Corrupção da Indonésia (KPK) indiciou Satar por pagamentos recebidos de um empresário, através de terceiros, para a compra de motores Rolls-Royce Trent 700 e aviões Airbus A320 e A330 pela Garuda, relata o The Strait Times. A acusação também envolvia a compra de aviões da Airbus para a PT Citilink Indonesia, uma unidade regional da Garuda.

Em 2017, a Rolls-Royce concordou em pagar às autoridades mais de US$ 800 milhões para liquidar as acusações após uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA e do Serviço de Fraudes Graves da Grã-Bretanha, em suposto suborno de funcionários de seis países, em esquemas que duraram mais de uma década.

A Airbus, em fevereiro deste ano, concordou em pagar um recorde de US$ 4 bilhões em multas, depois de chegar a um acordo com promotores na Grã-Bretanha, França e Estados Unidos por supostos suborno e corrupção que se estenderam por, pelo menos, 15 anos.

Exemplo a ser seguido

Para o Juiz do Tribunal da Indonésia, que julgou o caso, o CEO, como líder, deveria ter sido um exemplo para a Garuda Indonesia, mas, em vez disso, empreendeu ações que enganavam a empresa da qual muitos funcionários dependiam como meio de subsistência.

Porém, a sentença da Corte ficou aquém das demandas da promotoria, que incluíam 12 anos de prisão e uma multa de 10 bilhões de IDR (US$ 670.000). O Juiz declarou que considerou a admissão de culpa de Satar e seu bom comportamento no tribunal ao elaborar seu veredito. O Juiz também reconheceu que, apesar de sua corrupção, Satar havia melhorado a situação geral de Garuda, como se isso pudesse justificar o desvio de dinheiro.

No entanto, como penalidade suplementar, Satar também foi condenado a restituir à Garuda um total de US$ 1,5 milhão.

Também foram citados no processo o ex-Diretor de Engenharia da Garuda, Hadinoto Soedigno, e o ex-Gerente Executivo de Projetos da aérea, Agus Wahjudo, os quais ainda estão sendo julgados.

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