A Alitalia foi definitivamente retirada do “jogo” do mercado aéreo há exatamente um ano, quando o governo italiano a substituiu pela ITA Airways. A nova estatal, supostamente independente, não herdaria os “fantasmas” de sua antecessora, mas o que dela restou ainda “assombra os italianos”. Com dívidas em aberto e muita gente prejudicada, persiste uma espécie de busca pelos culpados.
Há alguns meses, um tribunal aceitou um processo para julgar a gestão da empresa aérea por vários figurões da cena pública italiana haverá aqueles que ocupam cargos de destaque no período de 2015 a 2017. Os crimes alegados por várias razões são os de falência fraudulenta agravada, falsas comunicações corporativas, obstáculos à supervisão.
Entre os indiciados estão o ex-presidente da companhia aérea, Luca Cordero di Montezemolo, que também já liderou a Ferrari, da Maseratti e da FIAT, e mais 13 nomes famosos na Itália. Eles são acusados de “com múltiplas ações executivas do mesmo desenho criminal, fornecendo dados financeiros positivos que diferiam da verdade e permitindo o aumento progressivo da exposição da dívida, causado ou em qualquer caso contribuindo para causar a falência da empresa”, diz o processo.
Os juízes estão examinando algumas decisões tomadas no período de dois anos, incluindo discrepâncias nas contas, supostos desperdícios, operações incomuns.
O acúmulo de perdas de mais de um bilhão de euros, o valor subestimado para a rota Roma/Londres-Heathrow vendida à Etihad com um suposto ganho de capital falso de cerca de 39 milhões de euros, reconhecido nas demonstrações financeiras de 2016 para esconder o declínio do patrimônio líquido, são temas analisados.