Ex-comissária de voo perde ação judicial após deixar emprego devido a pedido para mudar de penteado

Uma ex-comissária de voo de 52 anos, perdeu uma ação por discriminação contra a companhia aérea de lazer britânica Jet2, após um Tribunal do Trabalho rejeitar suas acusações de discriminação e demissão indireta. McKay havia saído do seu emprego na Jet2 em agosto de 2023, citando o estresse causado pelo pedido da companhia para que ela mudasse seu penteado.

Marion McKay, que trabalhou por apenas um ano na Jet2 baseada no Aeroporto de Edimburgo, acusou a companhia aérea de discriminação sexual, argumentando que funcionários masculinos com cortes de cabelo semelhantes não eram solicitados a mudar seu estilo.

Após uma carreira longa e bem-sucedida na polícia, McKay decidiu buscar um novo trabalho como comissária de bordo para a Jet2, onde inicialmente prosperou. Seus gerentes elogiaram sua dedicação e a consideraram uma “grande aquisição para a equipe”, lamentando sua saída.

No entanto, em julho de 2023, durante uma inspeção de uniformes e práticas de higiene, McKay foi informada de que seu corte de cabelo – um estilo undercut com longos cabelos loiros descoloridos no topo e raspados nas laterais e atrás – não estava em conformidade com as normas de uniformes da Jet2, que proíbem cortes undercut e estilos moicanos.

A gerente de base de McKay disse que ela precisaria mudar seu penteado para estar em conformidade com os padrões da companhia. Sentindo que isso representaria uma mudança em sua identidade pessoal, McKay optou por não voar mais. Dias depois, ela se ausentou por estresse e, na semana seguinte, apresentou sua demissão.

Como informa o DailyMail, durante sua entrevista de saída, McKay levantou uma queixa formal, alegando que dois comissários de bordo masculinos com cortes de cabelo semelhantes não foram obrigados a fazer mudanças para cumprir os padrões da Jet2. Uma investigação interna da companhia rejeitou a queixa, afirmando que os cortes dos homens não eram undercuts.

Insatisfeita com a resposta, McKay recorreu a um serviço de conciliação governamental e, posteriormente, apresentou uma reivindicação de compensação em um tribunal trabalhista. No entanto, no início deste mês, o tribunal rejeitou sua ação, determinando que os padrões de higiene e uniformes da Jet2 são aplicados igualmente a trabalhadores de ambos os sexos e que as mudanças necessárias já haviam sido feitas para garantir a igualdade.

“A empresa teve uma causa razoável e adequada para pedir à reclamante que adaptasse seu penteado, pois ele infringia a política de uniformes e suas ações não foram calculadas nem tinham a intenção de destruir ou seriamente danificar a relação de confiança e confiança entre as partes,” explica a decisão do caso.

“A reclamante renunciou porque foi solicitada a mudar seu penteado, mas tal pedido não foi discriminatório. Portanto, não houve conduta discriminatória que violasse o dever implícito de confiança e confiança,” continuou a decisão.

Após deixar a Jet2, McKay inicialmente trabalhou na Marks & Spencer antes de encontrar um novo emprego em uma companhia ferroviária, onde ganha mais do que recebia na Jet2.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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