
Um cidadão americano se declarou culpado de espionagem após roubar dados do controle de tráfego aéreo e enviá-los para o Irã.
Abouzar Rahmati, de 42 anos, ex-contratado da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) e cidadão norte-americano naturalizado, declarou-se culpado nesta quarta-feira (16) por atuar como agente do governo iraniano em solo americano sem notificar previamente o Departamento de Justiça (DOJ), como exige a legislação dos EUA.
Segundo documentos judiciais, Rahmati colaborou com oficiais do governo e agentes de inteligência do Irã entre dezembro de 2017 e junho de 2024. Nesse período, ele viajou ao Irã, manteve contatos com membros da inteligência iraniana, usou histórias de fachada para encobrir suas ações e obteve emprego em uma empresa contratada pela FAA, onde teve acesso a informações confidenciais do setor de aviação norte-americano.
A investigação revelou que, em agosto de 2017, Rahmati ofereceu seus serviços ao governo iraniano por meio de um ex-alto funcionário do Ministério da Inteligência do Irã, com quem havia estudado na universidade. Em dezembro daquele ano, ele viajou ao Irã para encontros presenciais com agentes de inteligência, nos quais se comprometeu a coletar dados sobre o setor de energia solar dos Estados Unidos.
Após retornar aos EUA, no início de 2018, Rahmati começou a reunir e enviar materiais privados e públicos sobre o setor solar americano a oficiais iranianos, incluindo a um representante do gabinete do vice-presidente de Ciência e Tecnologia do Irã.
Além disso, Rahmati aproveitou seu cargo em uma contratada da FAA — identificada nos autos como “Empresa 1” — para fazer o download de ao menos 172 GB de arquivos, contendo documentos sensíveis e restritos relacionados ao Sistema Nacional Aeroespacial dos EUA (NAS), radares de vigilância de aeroportos e dados de frequência de rádio. Esses arquivos foram armazenados em dispositivos removíveis e levados ao Irã, onde foram entregues ao governo local em abril de 2022.
Na mesma época, Rahmati também enviou informações adicionais sobre energia solar, painéis solares, aeroportos americanos e torres de controle aéreo ao seu irmão, residente no Irã, com a missão de repassar o material à inteligência iraniana.
O ex-funcionário da FAA será sentenciado no dia 26 de agosto. Ele pode receber até 10 anos de prisão por atuar como agente de governo estrangeiro sem notificação legal e até 5 anos por conspiração. A sentença será definida por um juiz federal, levando em conta as diretrizes de sentenciamento dos EUA e outros fatores legais.
O caso foi investigado pelo FBI em Washington, com apoio técnico do Escritório de Contrainteligência da FAA. A acusação está a cargo dos promotores Christopher Tortorice e Kimberly Paschall, do Distrito de Columbia, e dos advogados Beau Barnes e Alexander Wharton, da Divisão de Segurança Nacional.
Com Informações do DOJ