
Apesar do incidente recente com a nave Starliner, o setor aeroespacial vive um momento de grande investimento, impulsionado por iniciativas públicas e privadas em países como Estados Unidos, França, China, Rússia e Índia. Enquanto essas nações avançam na nova corrida espacial, o Brasil, que foi pioneiro na década de 1960, enfrenta dificuldades para se consolidar no setor.
O país teve um início promissor com a criação da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CNAE), que deu origem ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), além do Instituto de Atividades Espaciais (IAE) e da empresa Avibrás, em São José dos Campos (SP). A construção do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, também foi um marco. No entanto, uma série de insucessos e a descontinuidade de projetos estratégicos afastaram o Brasil da corrida espacial global.
Essa trajetória, suas conquistas e desafios, são temas do livro “O BRASIL NA ERA ESPACIAL – Relatos de bastidores dos principais eventos ocorridos em seis décadas de atividades espaciais no Brasil“, do cientista Raimundo Almeida Filho. A obra traz um panorama detalhado das tentativas do Brasil de se firmar como potência espacial e analisa as razões pelas quais o país ainda não decolou nesse setor.
“O propósito do livro é mostrar que o Brasil teve profissionais competentes, oportunidades e projetos com potencial para torná-lo protagonista da era espacial. Infelizmente, por diversos motivos, isso não aconteceu. Mas aprender com o passado é essencial para a construção de novos caminhos“, afirma Almeida Filho, que tem mais de duas mil citações em publicações científicas internacionais e uma longa trajetória de dedicação à ciência e tecnologia.
Pesquisador aposentado do INPE, onde iniciou sua carreira em 1974, Almeida Filho realizou um minucioso levantamento histórico e resgatou documentos sobre as conquistas e fracassos dos programas espaciais brasileiros. As restrições orçamentárias, as divergências ideológicas e os entraves geopolíticos, que impediram o acesso do Brasil a tecnologias sensíveis, são alguns dos obstáculos apontados pelo autor.
Com 400 páginas, o livro apresenta uma narrativa envolvente que percorre desde os projetos iniciados no governo de Jânio Quadros até a gestão atual do presidente Lula. Além disso, revela os bastidores das parcerias do Brasil com países como China, Ucrânia, Estados Unidos e Argentina, mostrando os desafios e oportunidades que moldaram a trajetória do país no setor espacial. O livro pode ser adquirido na Amazon neste link.