FAA aprova pontas de asa dobráveis do novo Boeing 777X

Imagem: Divulgação / Boeing

A FAA, agência reguladora da aviação civil norte-americana, aprovou na última sexta-feira (18) a nova tecnologia da Boeing que permitirá que as pontas das enormes asas do novo Boeing 777X se dobrem para cima após o pouso, para que o avião possa estacionar nas dimensões dos portões existentes atualmente nos aeroportos ao redor do mundo.




As novas asas, as maiores já criadas pela fabricante de aviões, estão tomando forma enquanto a Boeing constrói o primeiro de seus jatos 777X em sua fábrica ao norte de Seattle. O modelo será o único jato comercial com um design tão articulado. Um conjunto de mecanismos de bloqueio impossibilitará que as asas se dobrem durante o voo, de acordo com a empresa.

Como os padrões de projetos de aeronaves comerciais existentes atualmente não preveem asas dobrável, os órgãos reguladores dos EUA precisaram criar 10 novas normas a partir do zero. Essas “condições especiais” foram aprovadas sexta-feira pela Administração Federal de Aviação, de acordo com documentos federais.

Em vez de alumínio, a Boeing fará as novas asas de compostos de fibra de carbono, que são mais fortes e mais leves que o metal que substituem. Essa tecnologia ajuda a empresa a ampliar a largura das asas em 23 pés (7 metros), ou 11% além dos 212 pés dos modelos atuais, o que tornará o 777X a aeronave com maior envergadura na Boeing, passando o 747-8.

A aprovação da FAA para a tecnologia das asas dos 777-8 e 777-9 ocorreu quando a Boeing já estava montando as primeiras asas para os novos modelos. O processo está atrasado porque a construção de nervuras estruturais para as asas “demorou mais do que o esperado”, disse o diretor do programa, Kevin Bartelson, à Aviation Week. Bartelson disse que a empresa espera que o processo volte ao normal nos próximos meses.

Imagem: Divulgação / Boeing




A dobradiça na asa criou uma série de possíveis problemas de segurança, disse a FAA. Em particular, vários aviões caíram nas últimas décadas, quando os pilotos acidentalmente tentaram decolar sem configurar corretamente os flaps. A mesma coisa poderia acontecer com as novas pontas das asas, de acordo com a FAA.

Uma das condições impostas pela FAA é que a Boeing tenha vários sistemas de alerta automáticos para garantir que os pilotos nunca tentem decolar sem que as pontas das asas estejam totalmente estendidas. A agência também disse que a Boeing deve demonstrar que as pontas das asas nunca poderiam ser acidentalmente destravadas durante o voo e que “nenhuma força ou torque possa destravar ou desbloquear os mecanismos”.

Entre as 10 condições estabelecidas pela FAA, as asas também devem ser capazes de resistir a rajadas de vento de até 120 quilômetros por hora no solo. A agência ainda estabeleceu requisitos para substituir as luzes normais nas pontas das asas.

 
Informações pela Bloomberg.
 

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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