FAA pede que Boeing reavalie os documentos apresentados para obter a certificação do 737 MAX 7

Em nova carta da Federal Aviation Administration (FAA) dos Estados Unidos à Boeing, datada de 12 de outubro, a entidade governamental ainda afirma que documentos apresentados pela fabricante como parte do processo de certificação em andamento do 737 MAX 7 estão incompletos, enquanto outros precisam ser reavaliados, relatou David Shepardson para a Reuters.

O texto adiciona incerteza ao cronograma de entrega da variante menor da família MAX. A FAA, agência encarregada de regular a aviação civil no país, pediu para a Boeing rever as documentações sobre o papel dos fatores humanos em situações potencialmente perigosas. A esse respeito, a FAA disse que não conseguiu concluir a revisão dos arquivos da Boeing “devido ainformações incompletas sobre suposições de fatores humanos sob condições de risco catastrófico”

As análises de fatores humanos referem-se ao tempo de resposta e como as equipes técnicas respondem às emergências. A carta afirma que, como parte da revisão, a Boeing deve garantir à Administração Federal de Aviação “que essas avaliações de segurança não contêm suposições sobre fatores humanos”. Esclarece também que, caso existam, deve identificá-los e submetê-los para análise.

Por sua vez, a Boeing disse que continuará a “priorizar ser abrangente e transparente” na documentação a ser apresentada e em seu relacionamento com a agência.

Não foi a primeira vez que a entidade reguladora norte-americana informou ao fabricante que a documentação exigida para certificar o 737 MAX 7 era inadequada e que, portanto, era pouco provável que o processo fosse concluído antes de 31 de dezembro deste ano.

Esse prazo máximo gera preocupação na Boeing, já que em 1º de janeiro entrará em vigor a Lei de Certificação, Segurança e Responsabilidade de Aeronaves (ACSAA), que vai alterar as condições necessárias para obter o certificado de tipo para uma nova aeronave. Se o modelo não for certificados até o final deste ano, a fabricante terá que redesenhar seus alertas cockpit para atender aos novos requisitos ou obter uma extensão do Congresso dos EUA.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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