A Força Aérea Brasileira (FAB) aprovou hoje a desativação da suas únicas aeronaves de fabricação Russa, os lendários helicópteros Hind.
O helicóptero Mi-35M Hind, denominado AH-2 Sabre na FAB, chegaram em 2010 embarcados em grandes aviões Antonov An-124 Ruslan e foram entregues em Porto Velho, onde está a sede do Esquadrão Poti. Os Hind são conhecidos no mundo inteiro pela sua grande capacidade de ataque, enquanto também transportam até 8 soldados, permitindo uma inserção com suporte aéreo com apenas uma aeronave.
No Afeganistão, o helicóptero marcou época e foi uma “dor de cabeça” para os Mujahideen, até eles receberem equipamentos anti-misseis portáteis Stinger vindo dos EUA, quando conseguiram equalizar o combate.
Já no Brasil, foram 12 unidades entregues, numa negociação do governo no auge dos BRICS, que envolveu também o fim do banimento de compra de carne brasileira pela Rússia.
Desde o início da operação dos Hind, surgiram relatos da dificuldade de obtenção de peças e suporte de manutenção, algo já conhecido pela má fama do pós-venda da Rússia. Nos últimos tempos, a manutenção dos helicópteros era feita no Parque de Manutenção Aeronáutica de Lagoa Santa, em Minas Gerais, em parceria com uma empresa privada situada em São José da Lapa, ambas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O objetivo da compra do Mi-35 era usá-lo para combater o narcotráfico na fronteira, inclusive com abordagens no ar de pequenas aeronaves, mas a pouca demanda para essa missão, associado ao alto custo de operação, fizeram a FAB repensar sobre o helicóptero, a única aeronave de seu inventário vinda da Rússia.
A decisão por não operar mais o helicóptero Hind foi publicada hoje, 10 de fevereiro, no Boletim Aeronáutico n°29, que decide por desativar os helicópteros de maneira efetiva a partir de 1º de março próximo.
Até o momento não foi informado se os helicópteros serão enviados para outro país ou se serão desmontados.