FAB comemora Dia da Aviação de Asas Rotativas com destaque para resgates e missões de relevância

Imagem: Força Aérea Brasileira

Na segunda-feira, 3 de fevereiro, a Força Aérea Brasileira (FAB) celebra o Dia da Aviação de Asas Rotativas. A data rememora o primeiro resgate em combate realizado pela FAB, em 1964, na República do Congo.

Durante uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), os então tenentes aviadores Ércio Braga e Milton Naranjo, acompanhados dos sargentos João Martins Capela Junior e Wilibaldo Moreira Santos, a bordo de um helicóptero H-19, resgataram tripulantes e missionários que estavam prestes a ser capturados por rebeldes fortemente armados.

Esse marco histórico reflete os valores cultuados até hoje pela Aviação de Asas Rotativas, destacadamente o altruísmo, a abnegação, o comprometimento com a missão e o espírito de corpo. Como ressalta a canção do 1º/11º GAV – Esquadrão Gavião, unidade responsável por ensinar a arte de pairar a todos os pilotos de Asas Rotativas da FAB: “Ninguém pode negar a bravura sem par, em qualquer tempo, espaço ou lugar.”

Em tempos mais recentes, tais valores foram observados no cumprimento de missões como o apoio às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024. Nessa operação, as aeronaves H-36 Caracal e H-60 Black Hawk somaram mais de 450 horas de voo, realizando principalmente o resgate de pessoas isoladas em áreas alagadas, o transporte de mantimentos e evacuações aeromédicas. A ação rápida garantiu a preservação de vidas e a assistência imediata aos mais afetados pela tragédia.

Outra missão de grande importância foi a Operação Catrimani II, uma ação interagências voltada para a prevenção e repressão ao garimpo ilegal, ilícitos transfronteiriços e crimes ambientais na Terra Indígena Yanomami. Os helicópteros desempenham papel fundamental na resposta à crise humanitária que atinge as comunidades indígenas da região.

Ao longo de sua história, a Aviação de Asas Rotativas tem demonstrado ser peça fundamental para que a FAB possa entregar valor à sociedade e cumprir sua destinação constitucional e atribuições subsidiárias.

Para tanto, a FAB opera uma frota composta por helicópteros modernos, como o H-50 Esquilo, H-60 Black Hawk e H-36 Caracal, além dos VH-35 e VH-36. Essas aeronaves estão distribuídas em oito esquadrões espalhados pelo país:

  • 1º/8º GAV – Esquadrão Falcão (Base Aérea de Natal)
  • 2º/8º GAV – Esquadrão Poti (Base Aérea de Porto Velho)
  • 3º/8º GAV – Esquadrão Puma (Base Aérea de Santa Cruz)
  • 5º/8º GAV – Esquadrão Pantera (Base Aérea de Santa Maria)
  • 7º/8º GAV – Esquadrão Harpia (Base Aérea de Manaus)
  • 2º/10º GAV – Esquadrão Pelicano (Base Aérea de Campo Grande)
  • 1º/11º GAV – Esquadrão Gavião (Base Aérea de Natal)
  • 3º Esquadrão do Grupo de Transporte Especial (GTE 3) (Base Aérea de Brasília)

A execução de missões pelos Esquadrões de Asas Rotativas exige um elevado grau de preparo e sinergia por parte das tripulações. Além dos pilotos, oficiais, graduados especialistas e médicos também atuam a bordo, desempenhando funções como a operação do guincho de resgate, o tiro com armamento lateral e embarcado, a descida por cordas (rapel ou fast rope), a preparação e monitoramento de cargas externas e o tratamento de pacientes durante o voo. Graças à sua capacidade de acessar áreas isoladas com agilidade, as tripulações de asas rotativas estão sempre na linha de frente, integrando-se com as tropas em solo.

Com sua versatilidade, as tripulações de Asas Rotativas cumprem uma ampla gama de missões, destacando-se:

  • Busca e Salvamento (SAR)
  • Busca e Salvamento em Combate (CSAR)
  • Evacuação Aeromédica (EVAM)
  • Ensaios em Voo
  • Infiltração e Exfiltração Aérea
  • Transporte Aéreo Logístico
  • Transporte Especial

Para aprimorar o treinamento inicial dos pilotos de Asas Rotativas da FAB e capacitá-los para todas essas missões, a FAB conduz o Projeto TH-X, sob a coordenação da Comissão Coordenadora do Projeto Aeronave de Combate (COPAC).

O projeto prevê a substituição dos helicópteros H-50 Esquilo por versões mais modernas, com manutenção facilitada e sistemas aviônicos mais avançados. Foram adquiridos 27 helicópteros H125, sendo 15 para a Marinha do Brasil (MB) e 12 para a FAB. Os novos modelos oferecem avanços no treinamento dos pilotos, como o uso de Óculos de Visão Noturna (NVG) e a simulação de voo por instrumentos em condições de voo visual.

O Projeto TH-X também fortalece a indústria nacional, uma vez que as aeronaves são montadas no Brasil. Por isso, sua implementação representa um marco estratégico para a aviação militar brasileira, garantindo não apenas a continuidade da instrução aérea, mas também um avanço significativo em termos de capacidade operacional e segurança para missões de treinamento e, eventualmente, missões de busca e salvamento e apoio a populações isoladas”, destacou o Tenente-Coronel Aviador Marco Aurélio de Oliveira Celoni, integrante da equipe de gerenciamento do projeto na COPAC.

Com o legado de dedicação e comprometimento herdado de seus antecessores, aliado aos avanços esperados na aviação de Asas Rotativas, a FAB reforça o valor de seus homens e mulheres, oficiais e graduados, que bradam de forma altiva o grito de guerra: “AOS ROTORES… O SABRE!”

Informações da Força Aérea Brasileira

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.

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