A greve de montadores na Boeing parou as principais fábricas da empresa nesta sexta-feira, 13, e não tem data para terminar.
Após a votação de ontem entre o Sindicato Internacional de Montadores do Setor Aeronáutico, teve 94% dos sindicalizados optando por uma recusa no novo acordo de Convenção Coletiva (CCT) e 96% votando pela greve.
O principal ponto de intransigência entre a Boeing e o Sindicato é do aumento de salário: os trabalhadores querem 40% de aumento nos próximos 4 anos, e a fabricante ofertou apenas 25%. Isto, somado ao clima ruim que a Boeing passa por causa dos subsequentes defeitos de fabricação, baixo controle de qualidade e má administração, tem feito com que os trabalhadores não cedam pontos no acordo.
As fábricas de Renton e Everett, onde são fabricados os jatos comerciais 737, 767 e 777, estão parcialmente paralisadas, já que apenas os funcionários sindicalizados aderiram à greve. Por conta disso, a Boeing também está descontando os dias não trabalhados dos grevistas.
Outras unidades de pintura, serviços especiais e modificações também paralisaram, incluindo a de Portland, no Oregon, e a de Victorville na Califórnia. A produção do 787 Dreamliner é feita no outro lado do país, na Carolina do Sul, e não foi afetada inicialmente, assim como a linha de produção dos caças F-15EX Eagle II e F-18E/F Super Hornet, dos helicópteros AH-64 Apache e CH-47 Chinook e do jato de treinamento avançado T-7A Red Hawk, feito em parceria com a sueca SAAB.
Até o momento não está claro como as entregas dos novos jatos serão afetados por essa paralisação, que não tem data para terminar já que a CCT anterior está vencida e não tem mais validade, e os trabalhadores sindicalizados não podem trabalhar sem um acordo válido.
Em nota enviada ao AEROIN, a Boeing informou que “a mensagem foi clara de que o acordo provisório que alcançamos com a liderança do sindicato International Association of Machinist (IAM) não era aceitável para os seus membros. Seguimos comprometidos em restabelecer nosso relacionamento com nossos funcionários e o sindicato, e estamos prontos para retomar a negociação para alcançar um novo acordo.“