
Um incidente significativo ocorrido com um Boeing 777-300 da Emirates levantou sérias preocupações. Agora, um relatório das investigações informa o que houve naquele dia 20 de dezembro de 2021, o qual foi resumido pela equipe do The Aviation Herald.
Na ocasião, a aeronave, de matrícula A6-EQI, estava realizando o voo EK-231 de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para Washington-Dulles, nos Estados Unidos, enfrentou problemas durante a decolagem que resultaram em ter saído da pista apenas no “último segundo”, nos metros finais da zona de segurança e prestes a varar a cabeceira.
Além disso, dada a potência da aeronave e baixa inclinação de subida, o avião acusou duas vezes o alerta de overspeed, ou seja, situação em que a aeronave ultrapassa a velocidade máxima esperada para a configuração em que está e que pode levar a estresse estrutural.
Apesar desse evento preocupante, a aeronave continuou sua trajetória até Washington, onde aterrissou sem outras complicações.
Como ação subsequente, a equipe de voo foi submetida a uma investigação após ser constatado houve uma configuração inadequada na cabine, uma situação que gerou problemas na indicativa do diretor de voo (FMA) ao decolar.
Na última semana, a Autoridade Geral da Aviação Civil dos Emirados (GCAA) emitiu um relatório identificando as principais causas da falha. Entre os achados, destacaram-se:
Não Cumprimento do Modo de Pitch: A configuração incorreta do sistema automático de controle de voo (AFDS) resultou em comandos de pitch que não eram os adequados para a fase de decolagem, levando a uma inclinação inadequada que comprometeu a taxa de subida.
Fatores Contribuintes: A investigação identificou pressão para o cumprimento do horário e distrações na fase de pré-voo como elementos que influenciaram a não identificação da configuração incorreta, tanto pelo comandante quanto pelo copiloto.
Deficiência nas Diretrizes de Operação: Notou-se que o Manual de Procedimentos de Voo (FCOM) não continha instruções específicas sobre como redefinir os diretores de voo para permitir que a equipe selecionasse o modo correto de pitch antes da decolagem, contribuindo ainda mais para o erro.
O relatório concluiu que os problemas surgiram apesar da experiência da tripulação, que incluía um comandante com mais de 10.000 horas de voo, pois conjuntos de fatores operacionais e falhas de comunicação afetaram a tomada de decisão em um momento crítico.
A Emirates Airlines, em resposta ao incidente, emitiu um aviso de alerta para sua tripulação, recordando que não deveriam alterar a configuração do seletor de altitude para a elevação do aeroporto após a aterrissagem ou desligamento, pois isso poderia causar problemas nas decolagens subsequentes.