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Por falta de dinheiro, Aerion deve suspender seus projetos de aviões supersônicos

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Jato executivo supersônico AS2 – Imagem: Aerion

A Aerion Supersonic, empresa americana que vinha ganhando muito destaque com seus projetos de aviões supersônicos executivos e comerciais, anunciou na sexta-feira que passa por sérias dificuldades financeiras.

Embora em seu comunicado a companhia apenas deixe em aberto a incerteza sobre seu futuro, a Forbes relata que diversos clientes teriam sido avisados pela Aerion de que acordos financeiros não foram adiante e ela pode encerrar suas operações.

A empresa divulgou a seguinte nota:

“O programa de jatos executivos supersônicos AS2 atende a todos os requisitos de mercado, técnicos, regulatórios e de sustentabilidade, e o mercado para um novo segmento supersônico da aviação geral foi validado com $ 11,2 bilhões em carteira de vendas do AS2. No entanto, no ambiente financeiro atual, tem se mostrado extremamente desafiador fechar os grandes novos requisitos de capital programados e necessários para finalizar a transição do AS2 para a produção. Dadas essas condições, a Aerion Corporation está agora tomando as medidas adequadas em consideração a este atual ambiente financeiro.”

O anúncio surpreendeu o mercado, já que em março deste ano a Aerion havia assinado um acordo de intenção de compra com a NetJets, a maior empresa de jatos particulares do mundo, para 20 unidades do AS2, e havia mostrado no final do mesmo mês algumas novidades sobre o projeto do avião comercial AS3. Adicionalmente, havia iniciado parceria com a NASA em fevereiro.

Pouco antes, em janeiro, a companhia também tinha apresentado planos de investimentos de US$ 1,6 bilhão para a construção de seu complexo de pesquisa, desenvolvimento e construção dos projetos supersônicos no Aeroporto Internacional Melbourne, em Orlando, com perspectiva de começar a fabricação dos aviões já em 2023.

O complexo que seria construído em Orlando – Imagem: Aerion

O revés em um importante e avançado projeto como o AS2 da Aerion coloca fortes incertezas nos diversos aviões supersônicos em desenvolvimento na atualidade: quantos deles serão capazes de seguir adiante até o mercado? Terão eles as mesas dificuldades de obter financiamentos, ou trata-se de um problema apenas da Aerion?