
O fogo na Serra do Curral, em Belo Horizonte, já queimou milhares de hectares e a atuação das aeronaves de combate a incêndio foi mais limitada este ano por falta de aeroporto.
A queimada, que afeta uma das principais cidades do país começou no final de semana e só foi contida na última madrugada, de terça para esta quarta, dia 21 de agosto. Em um esforço conjunto, brigadistas, militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e aeronaves, incluindo turboélices Air Tractor agrícolas adaptados para o uso de combate ao fogo, atuam no local.
Até o início do ano passado, essas aeronaves eram baseadas no Aeroporto Carlos Prates, que fica a 12 quilômetros da Serra do Curral e de outras áreas de preservação ambiental na parte sul de Belo Horizonte, que são historicamente as mais atingidas pelo fogo.
Com o fechamento repentino do aeroporto pela Prefeitura de Belo Horizonte, que deixou 500 pessoas desempregadas, o Aeroporto do Carlos Prates ficou sem voos e se tornou um grande lote vago, sem utilização pública e sem projeto. Agora, os aviões estão saindo do Aeroporto da Pampulha, que está a 20 quilômetros distante da serra que define o contorno da cidade.
Além da distância maior, os Air Tractor precisam dividir o espaço com aviões executivos e de segurança pública, aumentando o tempo de redespacho entre um lançamento de água e outro.
Pilotos que atuam no aeroporto relataram ao AEROIN que as aeronaves têm ficado no solo de 10 a 15 minutos entre acionamento de motores e decolagem no horário de maior movimento, além de ter que lidar com o tráfego aéreo sobre a área central da cidade, que o sobrevoo não era necessário até o ano passado.
Os Bombeiros de Minas Gerais estimam que até agora foram queimadas 8,5 mil hectares de mata. A corporação junto de brigadistas voluntários continuará na área já que não existe uma previsão de chuva para as próximas semanas, e o fogo pode se reiniciar.