Famílias de vítimas de jato derrubado pelo Irã ganham ação de indenização

Parte das famílias das vítimas do Boeing 737 ucraniano derrubado por militares do Irã receberão, finalmente, uma compensação pelo ataque.

Foto de Anna Zvereva

Em janeiro de 2020, um Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines foi derrubado por mísseis terra-ar lançados por militares iranianos. O motivo por trás do abate nunca foi esclarecido totalmente.

O Irã divulgou o relatório final no ano passado, afirmando que uma mudança da bateria anti-aérea causou um desalinhamento na “bússola” do equipamento, e que por causa disso os operadores entenderam que o Boeing 737 estava voando para a capital Teerã, e não o contrário como estava acontecendo o voo comercial.

De início, o país tinha negado o abatimento da aeronave, apesar de uma série de relatos contrários e acusações formais do Canadá e dos EUA, principalmente pela queda da aeronave ter acontecido cinco dias após a morte de Qasem Soleimani, oficial iraniano morto por um drone americano.

Agora, as famílias de vítimas canadenses conseguiram uma vitória na justiça e uma indenização de $107 milhões de dólares canadenses (R$477 mi) segundo reporta a rede de TV CBC. A decisão é de uma corte de Ontário e representa seis das 176 vítimas do abatimento da aeronave.

As famílias destas seis pessoas, todas canadenses, entraram com um processo contra a República do Irã, pedindo indenização. O juiz afirma que irá pedir o bloqueio de bens iranianos no Canadá e no exterior, principalmente de navios-tanques, que deverão ser apreendidos e leiloados para o pagamento da indenização.

Mais quatro países (dentre eles estariam os EUA e a Holanda) estariam trabalhando com o Canadá para fazer um acordo para incluir as vítimas destas nações, e poderem assim bloquear um número maior de bens do Irã.

Apesar de não ter apresentado defesa no caso, o Irã afirmou que a decisão é totalmente “política e sem evidências”. O país prendeu seis pessoas pelo abatimento da aeronave, mas não esclareceu até hoje quem seriam elas, as suas atitudes no disparo e suas futuras punições. Destes presos, três foram soltos na época após pagamento de fiança.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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