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Federais americanos emitem alerta sobre aumento de agressões sexuais a bordo de aeronaves

Interior de um Airbus A320

Devido ao aumento alarmante nos casos de agressões sexuais a bordo de aeronaves, promotores federais dos Estados Unidos emitiram um aviso para os passageiros das companhias aéreas. Há indícios claros de que o número de casos relatados neste ano facilmente superará o total de casos registrados junto ao FBI em 2022.

Em Seattle, os promotores federais já entraram com quatro processos e têm vários casos ativos ainda sob investigação, mas sem acusação até o momento, conforme a Procuradora dos EUA em exercício, Tessa M. Gorman, explicou na última quinta-feira (10).

Estamos tratando esses casos com seriedade, trabalhando em conjunto com o FBI para investigação e processo legal“, acrescentou Gorman. “Pode ter certeza, quem for considerado culpado por abuso sexual em um voo vai acabar atrás das grades em uma prisão federal.

Apesar das advertências direcionadas a possíveis infratores, os casos estão apresentando um aumento significativo em âmbito nacional nos EUA. O FBI registrou um aumento notável nos últimos anos. Em 2017, a agência investigou 27 casos de má conduta sexual a bordo de aeronaves, no entanto, após uma diminuição causada pela pandemia, o número de casos reportados disparou, atingindo a marca de 90 no ano passado.

As projeções do FBI indicam que o número de casos reportados em 2023 está prestes a ultrapassar os registros do ano anterior. Desde o início do ano até agora, já foram arquivados 62 casos em investigação.

Recentemente, um caso chamou a atenção: um mecânico de companhia aérea, que estava a bordo de um avião operado pela mesma empresa, foi acusado de ter colocado a mão sobre a virilha da vítima, que estava sentada ao seu lado. Posteriormente, ele teria tentado introduzir a mão sob a blusa da vítima e até mesmo dentro de suas calças, conforme relata o Paddle Your Own Kanoo. A vítima havia tomado remédios para dormir antes da suposta agressão.

Mary Ellen Stone, CEO do King County Sexual Assault Resource Center, diz que as mulheres jovens entre 16 e 19 anos correm maior risco de agressão sexual, mas muitas vítimas jovens têm medo de falar porque acham que podem estar causando problemas.

Na aeronave, outros passageiros e tripulantes podem atrapalhar esses comportamentos”, disse Stone. “As equipes podem tomar medidas para separar a vítima da pessoa que está causando o dano e, acima de tudo, evitar minimizar qualquer comportamento que esteja deixando alguém desconfortável.

O Departamento de Justiça trabalhou com o FBI e organizações não governamentais para elaborar uma lista das principais dicas para manter os viajantes seguros. Essas dicas incluem:

  • Observar as pessoas ao redor e ficar alerta e consciente
  • Limitar o uso de soníferos
  • Deixar o apoio de braço para baixo
  • Não assumir que o toque do seu colega de assento é inocente
  • Chamar a atenção para atividades suspeitas
  • Denunciar má conduta sexual
  • Não permanecer no assento se estiver em situação desconfortável ou perigosa
  • Solicitar que a família se sente junto
  • Designar qualquer criança menor de 14 anos viajando sozinha como um menor desacompanhado
  • Educar os familiares sobre essas dicas.

Nos últimos anos, os comissários de bordo também receberam treinamento adicional sobre a melhor forma de apoiar as vítimas de agressões sexuais a bordo, incluindo a necessidade de acreditar na palavra da vítima e ligar com antecedência para que a polícia receba a aeronave na chegada.

Sempre que necessário, as vítimas podem ser transferidas para um assento alternativo e os passageiros devem ter a certeza de que não há nada a temer em denunciar comportamentos suspeitos.

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