Um filhote de cachorro da raça Golden Retriever que havia sido comprado online e estava sendo enviado para sua dona, acabou chegando morto. O caso foi compartilhado nas redes sociais, gerando grande repercussão.
O caso ganhou notoriedade após a dona, de nome Gabriela Duque Rasseli, ter compartilhado a história em seu Instagram pessoal. Segundo seu relato, o cachorro foi embarcado no voo LA-3842, operado por um Airbus A321, do aeroporto internacional de Guarulhos para o Galeão, no Rio de Janeiro, no último dia 14, terça-feira passada.
Segundo dados do aplicativo de rastreamento de voos RadarBox, o voo decolou e pousou no horário, previsto, às 13h51 no Galeão. No entanto, Gabriela alega que seu cachorro só foi entregue às 15h30, já morto.
A história e a publicação original da jovem conta com quase meio milhão de interações. Uma das pessoas que ficou sabendo do caso e contribuiu para ampliar a repercussão foi Luisa Mell, influencer digital e amplamente conhecida pela defesa dos direitos dos animais.
A influencer escreveu no seu Instagram: “Até quando? Quantos cães e gatos mortos serão necessários para que as companhias aéreas mudem seu protocolo e parem de tratar animais como bagagem? Até quando nossa sociedade irá permitir tal absurdo?“.
A LATAM por sua vez respondeu a publicação da influenciadora, onde postou a nota abaixo sobre o caso:
“Nós da LATAM reiteramos que procedemos uma apuração interna sobre os fatos e que estamos em contato com a cliente Gabriela desde o desembarque do animal para esclarecer todo o ocorrido, prestando toda a assistência necessária nesse momento tão delicado. Reforçamos que nesse caso, como em todos os outros que envolvam transporte de animais, seguimos rigorosamente todos os procedimentos necessários e seguros, baseados no Regulamento de Animais Vivos da IATA e a Portaria 93 do IBAMA. Nos solidarizamos com a situação e corroboramos que a segurança, a saúde e a integridade física de todos os seres vivos são valores inegociáveis para a LATAM”.
Luisa Mell e outros usuários de redes sociais criticaram o fato do cachorro ser enviado no bagageiro. Mas também criticaram a escolha da dona de comprar pela internet, ao invés de adotar, além de não ter ido buscar o animal, considerando que Rio e São Paulo são cidades próximas.
Como funciona o transporte de animais em avião no Brasil?
As regras de transporte de animais, como citado pela LATAM, são balizadas pela IATA e bem parecidas, mas fica a critério de cada companhia aérea estabelecer critérios.
A Azul, GOL e LATAM levam apenas cães e gatos na cabine de passageiros junto do dono ou responsável pelo animal. Estes bichinhos não podem ser grandes, já que tem que ficar numa caixa acomodados debaixo do assento à frente do passageiro. Por causa disso existem limitante de peso também.
Caso o animal não esteja dentro dos padrões de dimensão e peso estabelecido pela empresa, ele é colocado no porão da aeronave, sendo que neste caso pode estar desacompanhado (como foi no caso da Gabriela). A Azul por sua vez não transporta animais no porão, já a LATAM e a GOL sim, sendo que esta última inclusive transporta qualquer tipo de animal nos seus porões.
Os bagageiros das aeronaves são todos pressurizados e possuem controle de temperatura, não tendo risco à vida neste sentido.
Vale lembrar que é bom sempre levar o seu animal no veterinário para uma avaliação antes do voo, considerando que tanto na cabine de passageiros ou porão, a pressão é um pouco mais baixa do que a na terra, além de ter uma temperatura reduzida.
Por esse motivo alguns animais não tem viagem recomendada, sendo o principal deles os cachorros braquicefálicos (como Bulldog, Pug, Shih Tzu e Pequinês), que tem um focinho “mais curto” e normalmente já tem problemas respiratórios, sendo relativamente comum o caso de morte em voo desta raça.
Existem claro exceções para transporte de animais silvestres, como onças e até tubarões. Já no exterior o caso muda, sejam com voos dedicados para os cachorros ou até um luxo de comprar toda a classe executiva para seu pet: