A companhia aérea low-cost chilena JetSMART deu sinais claros de que não vê motivos para operar voos domésticos no Brasil se a cobrança da bagagem for retirada.
A empresa JetSMART é o braço latino da Indigo Partners, uma multinacional que é dona da mexicana Volaris, da americana Frontier Airlines e da húngara WizzAir. Desde que estreou no Chile, a empresa já abriu subsidiárias na Argentina, Peru e agora inicia voos domésticos na Colômbia.
O Brasil, porém, foi o primeiro país ao qual a empresa anunciou a possibilidade de ter uma subsidiária local, mas isto nunca ocorreu, e o CEO da companhia deu alguns motivos.
Em entrevista à Agência Infra, o executivo Estuardo Ortiz aponta que os atuais planos de voltar a cobrar a bagagem despachada no Brasil atrapalham a chegada da companhia e a manutenção das empresas atuais.
Hoje no Brasil está em tramitação o PL1418/2023, de autoria de Beto Preto (PSD-PR), que quer voltar a gratuidade da bagagem despachada em voos domésticos e internacionais, que foi derrubada em 2017 por uma portaria da ANAC.
“É muito importante entender em que direção as regulamentações estão se movendo no setor. Por exemplo, regulamentações como a que analisa a inclusão do transporte gratuito de malas na compra da passagem aérea são um grande revés para o crescimento exponencial do modelo de baixo custo na América do Sul”, afirma o executivo.
Hoje a JetSmart oferece passagens para o Chile a partir de R$300 saindo de São Paulo, sendo umas das tarifas mais baixas para Santiago. Além da capital paulista, a JetSmart tem rotas do Chile para Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro, de onde também tem voos para Buenos Aires.
Em todas estas operações existem tarifas em que são cobradas tanto a bagagem de mão (item ainda gratuito por lei no Brasil) quanto a bagagem despachada. Para Estuardo, é ideal que a tarifa seja da maneira que o cliente deseja, com ele comprando apenas o que achar necessário e o que quiser, montando a sua própria passagem.