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Fiocruz realiza pesquisa sobre “Síndrome Aerotóxica” em tripulantes de voos

Foto de Kelly L via Pexels

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) emitiu um comunicado no qual convida os aeronautas da aviação regular a participarem da pesquisa “Síndrome Aerotóxica: Um problema de saúde pública? O estado da arte e das práticas no Brasil”, da Fiocruz (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – Fundação Oswaldo Cruz)

A pesquisa, totalmente anônima, é voltada exclusivamente para os aeronautas da aviação regular e tem como objetivo realizar um levantamento sobre o conhecimento dos profissionais a respeito do tema e das práticas adotadas em relação à Síndrome Aerotóxica na saúde dos aeronautas do serviço do transporte aéreo público regular no Brasil.

A pesquisa estará disponível até o dia 15 de março. Para responde-la, basta acessar o link: https://redcap.link/enspfiocruz_saerotoxica.

Os resultados do estudo poderão ser utilizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que possui uma estrutura de saúde do trabalhador destinada a promover, proteger, recuperar e reabilitar a saúde dos trabalhadores, entre eles, aqueles expostos aos riscos e agravos provenientes das condições de trabalho. Assim, podendo alicerçar futuras ações de promoção e proteção da saúde dos Aeronautas.

A ideia, dependendo dos resultados, é pavimentar o caminho para propor a inclusão da “Síndrome Aerotóxica” na lista oficial de doenças relacionadas ao trabalho do Ministério da Saúde.

O que é a Síndrome Aerotóxica (Aerotoxic Syndrome)?

Segundo diversas publicações, “Síndrome Aerotóxica” foi o nome sugerido para designar diversos sintomas agudos e/ou crônicos, decorrentes da exposição a agentes tóxicos, que sob certas condições, podem estar presentes no ar da cabine das aeronaves, podendo causar aumento da frequência cardíaca, câncer, convulsão, desorientação, dificuldades respiratórias, vômito, erupção cutânea, irritação nos olhos, irritação no nariz, náuseas, palpitações, perda de equilíbrio, prurido (coceira), tremores, vertigem, sensação de intoxicação, entre outros agravos à saúde.

Ainda sem grande repercussão no Brasil, a “Síndrome Aerotóxica” já é tema de estudos em vários países. Nesse aspecto, a ICAO (Organização de Aviação Civil Internacional) já publicou documentos, entre eles a  (Cir. 344/AN-202, 2015), destacando a importância da realização de treinamento para prevenir, identificar, combater e registrar os casos de contaminação do ar da cabine por gases tóxicos, pois o fenômeno, denominado de Fume Events (eventos de vapores, odores entre outros) nem sempre perceptível e/ou visível a olho nu, pode colocar em risco a segurança de voo quando afeta a saúde dos trabalhadores.

O SNA reforçou a importância da participação dos aeronautas na pesquisa, por tratar-se de um tema relacionado à saúde dos tripulantes e à segurança de voo.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.