Força Aérea emite repúdio às acusações sobre voo do avião VC-99 aos EUA

Avião Embraer VC-99 semelhante ao envolvido – Imagem: Força Aérea Brasileira

Em função da grande polêmica que se faz presente nos últimos dias em algumas mídias, e especialmente em redes sociais, sobre a operação de uma aeronave Embraer VC-99B da Força Aérea Brasileira aos Estados Unidos, uma nota foi de esclarecimento e repúdio foi emitida neste último sábado, 20 de novembro, pela entidade em resposta aos acontecimentos.

Acompanhe a seguir, na íntegra, o posicionamento da Força Aérea:

“Sobre os comentários levianos e irresponsáveis relativos a um voo de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para os Estados Unidos, no dia 13 de novembro, que têm circulado nas redes sociais, a Instituição reitera que não transportou qualquer passageiro, incluindo o Sr. Olavo de Carvalho, no trecho em questão. Apenas os tripulantes que cumpriam a missão estavam a bordo.

A FAB repudia e não aceita a suposição de que teria participado de algum transporte de passageiro de maneira irregular ou oculta. Todos os atos da Instituição são balizados pela observância às leis e sob a ótica da transparência. A divulgação de inverdades, sem a devida apuração, deve ser combatida, por contribuir para a desinformação da sociedade.

A FAB reitera que cumpre o estabelecido pelo Decreto n° 10.267, de 5 de março de 2020, que dispõe sobre o transporte aéreo de autoridades em aeronaves do Comando da Aeronáutica. Ao contrário do que tem sido mencionado sobre o transporte no dia 11 de novembro, a FAB não requisitou sigilo algum aos voos designados para o transporte de Ministros de Estado com intuito de omitir a visualização em sites de monitoramento, que é perceptível mediante a presença, nas aeronaves, do equipamento ADS-B (Automatic Dependent Surveillance – ou, em português, Sistema de Vigilância Aérea Automático).

Embora as missões dos dias 11 de novembro para São Paulo e 13 de novembro para os Estados Unidos tenham feito uso da aeronave com registro FAB 2582, não há qualquer relação de planejamento entre as duas missões, sendo totalmente incoerente concluir que foi realizado em forma de outros proveitos.

Sobre o planejamento da missão de forma geral, o pouso no aeroporto Mac Arthur, em Long Island, foi o primeiro realizado nos EUA e programado por motivo de restrição de pátio no aeroporto JFK, que por ser um local de grande movimentação, as autoridades americanas solicitam que o tempo de permanência de aeronaves que não operam regularmente naquela localidade seja de, no máximo, 2 horas, o que inviabilizaria o trajeto direto a este aeroporto.

O pouso em Long Island foi então considerado pelo fato de já ser um local comumente utilizado como base de suporte pela FAB em viagens para Nova York e que o aeroporto está apenas a 32 milhas náuticas, que equivalem a aproximadamente 59 quilômetros e cerca de 10 minutos do destino. Somou-se ainda à decisão do pouso no aeroporto Mac Arthur o fato de possibilitar todo o processo de imigração dos tripulantes e também de não ter passageiros a bordo da aeronave.

A Instituição permanece diuturnamente à disposição da sociedade brasileira, trabalhando para ser uma Força Aérea de grande capacidade dissuasória, operacionalmente moderna e atuando de forma integrada para a defesa dos interesses nacionais. Com o labor ininterrupto de seus militares e civis, atuando de forma transparente, permanece sendo uma das mais respeitadas Instituições do País.”

O VC-99B retornando de Long Island para o JFK no dia 14 – Imagem: FlightRadar24

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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