Início Aviação Militar

Força Aérea faz reabastecimento de helicópteros em voo com avião Hércules

A FAB finalizou no dia 30 a última etapa da campanha de testes de reabastecimento em voo de helicópteros H-36 Caracal com aviões KC-130 Hércules, conforme vídeo abaixo (espere carregar).

A técnica já é utilizada e difundida em diversos países como EUA e França, mas só está sendo implementada no Brasil após a chegada do Airbus H225M (antigo EC1725 Caracal).

Os voos aconteceram em uma área restrita sob controle militar, no litoral do Rio de Janeiro, onde a aeronave reabastecedora KC-130 Hércules do Esquadrão Gordo (1º/1º GT) e as aeronaves H-36 Caracal dos Esquadrões Falcão (1º/8º GAV) e Puma (3º/8º GAV) se reuniram para realizar o procedimento de REVO. Para o sucesso da operação, foi fundamental o apoio operacional da ALA 11, da ALA 12 e apoio administrativo da Base Aérea do Galeão (BAGL) e da Base Aérea de Santa Cruz (BASC).

Durante os ensaios, os helicópteros (receivers) aproximaram-se da aeronave KC-130 (tanker), que fez a transferência de combustível aos helicópteros. Por meio de suas mangueiras de reabastecimento foram realizadas mais de 160 conexões em voo.

Divulgação – FAB

A atual Campanha teve como objetivo completar as tarefas previstas no processo de certificação, incluindo as etapas inéditas de transferência de combustível do KC-130 para o H-36 e o reabastecimento simultâneo de dois helicópteros. Além disso, os instrutores do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) realizaram o treinamento e formação operacional dos pilotos dos Esquadrões Falcão e Puma, pertencentes ao Comando de Preparo (COMPREP). Como resultado, o Brasil se torna o primeiro país da América do Sul com a capacidade de realizar o reabastecimento em voo de helicópteros.

A transferência de combustível em voo potencializa as capacidades do H-36 no cumprimento de suas ações de Força Aérea, como o Combate SAR (CSAR), e amplia sua operacionalidade, com o aumento da autonomia para cumprir as missões de resgate no mar, ajuda humanitária, infiltrações de tropas e transporte de militares em locais estratégicos. “É a aviação de Asas Rotativas contribuindo para a missão de defender e integrar os 22 milhões de quilômetros quadrados – Dimensão 22 – sob responsabilidade da FAB”, ressalta o piloto de prova e coordenador geral da operação, Coronel Aviador José Ricardo Silva Scarpari.

Além desses objetivos, a campanha também buscou obter dados de resistência estrutural, com o intuito de complementar a capacitação de engenheiros e pesquisadores do DCTA para a futura campanha de REVO entre o helicóptero H-36 e a aeronave KC-390 Millennium, prevista para o ano de 2021.

Segundo o piloto operacional do Esquadrão Puma, Capitão Aviador Rafael D’Amato Guimarães, participar da campanha de certificação foi uma experiência profissional enriquecedora. “Realizar voos de formação operacional com os pilotos e engenheiros do Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo (IPEV) me fez conhecer mais a base técnica desses profissionais e aprender os ‘porquês’ de cada procedimento. Isso vai ser essencial para o desenvolvimento da doutrina de emprego do REVO de helicópteros”, afirma.

Foram empregadas na campanha três aeronaves H-36 Caracal da versão operacional, equipadas com probe de reabastecimento e sistema eletróptico infravermelho (FLIR). Em uma das aeronaves foram instalados sensores dedicados para as atividades de ensaios em voo, fato que possibilitou a aquisição de dados fundamentais para garantir a segurança do procedimento de REVO do par KC-130 e H-36.

Durante os voos, foram testadas as condições mais extremas de velocidades, altitudes, pesos das aeronaves e operação dos sistemas de combustível. Para tanto, foi necessária, na fase de planejamento, uma análise minuciosa quanto à compatibilidade geométrica, funcional e de desempenho entre as duas aeronaves e seus respectivos sistemas. Para o Tenente Luís Gustavo Leandro de Paula, engenheiro de ensaios em voo da campanha, “o objetivo é entregar aos Esquadrões um envelope de operação mais abrangente possível, garantindo não só a segurança do procedimento como também maior flexibilidade para o cumprimento das futuras missões de REVO”, afirma.

Informações da Força Aérea Brasileira

Sair da versão mobile