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Força Aérea lamenta morte do inventor aeronáutico brasileiro Cláudio Barreto Viana

Ximango atravessando os Alpes suíços, pilotado por Gérard Moss

Um dos grandes nomes da indústria aeronáutica brasileira, o engenheiro aeronáutico Cláudio Barreto Viana, morreu, aos 90 anos, no Rio Grande do Sul. Inventor das aeronaves “Ximango” e “Guri”e fundador das empresas Aeromot e da Aeroeletrônica (esta adquirida pela empresa Elbit, em 2001, dando origem à AEL Sistemas, uma das maiores e mais importantes do setor), Viana deixa dois filhos e três netos.

O Engenheiro Viana, como era conhecido, se formou no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), órgão vinculado ao Comando de Aeronáutica (COMAER), e fez parte da história da aviação brasileira. À frente da Aeromot, empresa que tinha um parque industrial da Zona Norte de Porto Alegre (RS), desenvolveu e fabricou modelos de motoplanadores usados por segmentos de segurança, para treinamento militar e para a aviação privada.

Dois desses aviões tiveram repercussão mundial. O primeiro foi o AMT-100, “Ximango”, fabricado em 1980, que se tornou o único, deste modelo, a fazer a travessia oceânica do Atlântico Sul, tendo, posteriormente uma nova versão, o AMT-200. E o segundo, uma aeronave terrestre de asa baixa, que recebeu o nome de “Guri” – AMT-600.

Além disso, a Aeromot foi pioneira na estruturação do setor de aviação, chegando a fabricar componentes de aeronaves para outras grandes empresas, como a Embraer, chegando ainda a prestar serviços para a Varig, a primeira companhia aérea do Brasil.

“Viana foi um grande empreendedor que alavancou a indústria aeronáutica no Rio Grande do Sul, atuando nas áreas de manutenção, produção de componentes aeronáuticos e aviônicos”, disse, em nota, a AEL Sistemas, que atualmente se dedica ao desenvolvimento, fabricação, suporte logístico e manutenção de setores de defesa, sendo pioneira na modernização de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB).

O Reitor do ITA, Professor Doutor Anderson Ribeiro Correia, recordou que o Engenheiro Cláudio Viana cursou a primeira turma do ITA e fez toda a graduação nas instalações em São José dos Campos, de 1950 a 1954, no campus pensado pelo Marechal Casimiro Montenegro Filho. “Não coincidentemente, Casimiro Montenegro foi escolhido paraninfo da Turma de 54 e em seu discurso afirmou: ‘Não tenho condições de fazer agora a indústria aeronáutica. Vocês um dia a farão!’ Cláudio Viana confirmou as previsões do paraninfo e Patrono da Engenharia da Aeronáutica”, lembrou.

Natural de Cachoeira do Sul, nasceu no ano de 1931. Em 1953, formou-se Engenheiro Aeronáutico pelo ITA. No ano de 1955 iniciou sua atividade profissional como Engenheiro de Manutenção da extinta empresa Varig, em Porto Alegre, onde trabalhou por 12 anos, momento em que já ocupava o cargo de Diretor Assistente de Manutenção.

Ao deixar a Varig, Viana deu um salto em sua vida ao tornar-se sócio-fundador da Aeromot Aeronaves e Motores, junto com seu colega e amigo João Cláudio Jotz. A partir de então, a empresa se consolidou com um dos maiores grupos com atuação no campo da aviação, manutenção e fabricação de aeronaves.

Em meados dos anos 2000, a Aeromot foi vendida para um grupo de Belo Horizonte, que segue os preceitos de um dos maiores ícones da aviação aeronáutica. 

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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