Força Aérea realiza missão simulada de busca ao mar em Florianópolis

Imagem: Luiz Eduardo Perez / DECEA

A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e do Comando de Preparo (COMPREP), realiza, até o dia 7 de maio, o Exercício Operacional de Busca e Salvamento (SAR, do inglês Search And Rescue), na Base Aérea de Florianópolis (BAFL), em Santa Catarina (SC).

Mais de 350 militares, de diversas unidades, participam do Exercício, chamado de EXOP Carranca, que tem por objetivo adestrar as Unidades Aéreas participantes e o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR) na execução de técnicas necessárias ao cumprimento da Ação de Força Aérea de Busca e Salvamento.

A Direção do Exercício (DIREX) criou situações que permitem treinar, padronizar e avaliar todo o ciclo de busca e salvamento. Durante os treinamentos de busca no mar, nos dias 3 e 4 de maio, com o engajamento da aeronave C-130 Hércules, houve o lançamento de paraquedas iluminativos e objeto de busca, que na realidade era um manequim – vestido com colete salva-vidas – sendo lançado ao mar pela tripulação.

Imagem: Luiz Eduardo Perez / DECEA
Imagem: Luiz Eduardo Perez / DECEA
Imagem: Luiz Eduardo Perez / DECEA

Para o Capitão Aviador Italo Holanda de Oliveira, piloto do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo, o EXOP Carranca contribui para o aprimoramento da tripulação. “O Exercício é completo porque tem integração dentro dos meios operacionais, que são as aeronaves, e dos profissionais de controle do SALVAERO. Temos a possibilidade de fazer as coordenações como realmente acontecem, receber um briefing detalhado e ter um cenário amplo da nossa atuação”, destacou.

Não é uma missão fácil de cumprir. É preciso planejar muito bem o padrão de busca e os observadores precisam estar muito atentos. É o caso do Suboficial Rudson Carlos Sardinha, observador do Esquadrão Gordo, sediado no Rio de Janeiro. O militar já participou de várias operações SAR. “Durante o treinamento tentamos chegar ao nível mais próximo da operação real de busca. É uma grande emoção conseguir avistar a vítima e ajudar no êxito da missão”, descreveu.

Imagem: Luiz Eduardo Perez / DECEA
Imagem: Luiz Eduardo Perez / DECEA

Por trás de cada decolagem para cumprir esse tipo de missão existe uma equipe preparada e capacitada para realizar as ações de coordenação. Durante o EXOP Carranca foram ativados dois Subcentros de Salvamento, representados por integrantes dos cinco Centros de Coordenação de Busca e Salvamento Aeronáutico (SALVAEROS) – Amazônico, Recife, Atlântico, Curitiba e Brasília – somados aos militares da Divisão de Busca e Salvamento (DSAR) do DECEA, além de militares da Marinha do Brasil da área SAR (SALVAMAR) e da Base Aérea de Florianópolis, que dá suporte e apoio à execução do adestramento.

Interação entre os participantes

O objetivo é, também, promover a troca de experiência entre os participantes. Enquanto alguns são jovens, outros têm anos de experiência. É o caso do Suboficial Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Abraão Caetano da Silva, que atua como coordenador no SALVAERO Recife.

Entre suas experiências mais marcantes está a operação de busca após o acidente com o voo 447 da aeronave da Air France, em junho de 2009. “As lições aprendidas durante essa missão permanecem vivas e úteis para nós da busca e são utilizadas, tanto na formação de novos coordenadores de missão quanto na rotina do SALVAERO”, relata.

Para o Suboficial Abraão, é muito importante ter a oportunidade de participar do EXOP Carranca, seja nas Células de Coordenação ou nos Esquadrões com suas tripulações. “O estreitamento na comunicação entre essas equipes trará grande ganho de qualidade durante as missões que virão”, afirma.

Com quase dois anos de experiência em operações de busca e salvamento no SALVAERO Curitiba, o Segundo Sargento Especialista em Comunicações Luciano Fernandes dos Santos descreve sua satisfação em participar pela primeira vez do Exercício. “A prática, as simulações, a troca de conhecimentos nos dá consistência no domínio das tecnologias utilizadas. Precisamos estar sempre nos preparando, nos aperfeiçoando a fim de estarmos prontos para atender quando formos acionados para uma missão SAR”, ressalta.

As operações de coordenação de buscas no mar envolvem a Marinha do Brasil através do Salvamar Sul. “A interação reforça a importância da interoperabilidade entre as duas Forças em situações que demandem o esforço sinérgico em prol da Busca e Salvamento, na prestação deste serviço para a sociedade”, pontua o Capitão de Corveta Bernardo Dias, do Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul.

Imagem: Luiz Eduardo Perez / DECEA
Imagem: Luiz Eduardo Perez / DECEA
Imagem: Luiz Eduardo Perez / DECEA

Informações do DECEA

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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