Força Aérea Um de Israel será desativado antes mesmo de fazer o primeiro voo

Fpto de Rami Mizrahi, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia

Apesar de jamais ter feito um voo em missão oficial, o polêmico Boeing 767-300ER do Estado de Israel, conhecido como Wing of Zion (ou Asa de Sião, na tradução), será colocado em armazenamento de longo prazo. A informação foi dada na quarta-feira (1) pelo Ministério da Defesa de Israel e repercutiu na imprensa local, dando conta de que o jato será transferido de Tel Aviv à Base Aérea de Nevatim, no sul do país.

“O avião será armazenado no local enquanto até que seja tomada uma decisão sobre como será usado no futuro”, disse o ministério.

Desde que foi incorporado por Israel, o avião jamais realizou uma missão oficial com o primeiro-ministro israelense a bordo. O custo total de customização do Boeing 767 foi de US$ 240 milhões, e incluiu a instalação de um escritório privativo, um quarto com banheiro e chuveiro, uma cozinha totalmente equipada, uma sala de reuniões e até uma sala de guerra. Por fora, foram colocados sistemas de comunicação e antimíssil.

O equipamento, no entanto, tem sido alvo de críticas. O site Times of Israel relembra que, no início deste ano, foi divulgado um relatório da Controladoria do Estado, questionando o custo da hora de voo, muito maior do que alugar uma aeronave, além de sua capacidade para até 120 pessoas, enquanto as viagens do primeiro-ministro levam, em média, 60.

Independente dos recursos embarcados e de sua funcionalidade, a polêmica em torno do Boeing 767 ficou muito grande, ao ponto de todos evitarem se envolver com ele. Já se fala até em sua venda, mas apenas o tempo poderá dizer o destino do Asa de Sião.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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