Com quase 70 anos, o lendário avião C-130 Hércules pode ganhar uma nova versão, que promete ser a mais diferente já feita.
Em 1957, decolava pela primeira vez o C-130 Hércules, avião que se tornou o cargueiro militar de maior sucesso no mundo, operando em todos os continentes, com mais de 2.500 unidades produzidas. De lá para cá surgiram dezenas de versões, que incluem a AC-130, com canhões na fuselagem para ataque ao solo, e a versão LC-130, com esquis para pouso na neve, mas nenhuma delas consegue pousar na água (em seu estado líquido).
O Comando de Operações Especiais da Força Aérea dos EUA (AFSOC-USAF) quer mudar isso e colocar flutuadores no C-130 para ele conseguir pousar em cursos d’água. A ideia é modificar os MC-130J Commando II, que são Hércules modificados para reabastecimento em voo e suporte para forças especiais, e torná-los capazes de operar na água.
O maior desafio está no flutuador, que teria que ser grande o suficiente para o avião e que, em simultâneo, não seja pesado e nem frágil. Para isso, o projeto chamado MAC (MC-130J com Capacidade Anfíbia) está sendo conduzido no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento Estratégico Experimental da USAF.
“O desenvolvimento do MAC é o culminante de várias linhas de trabalho. Esta capacidade permitirá que a USAF aumente o seu acesso para infiltração, exfiltração e recuperação de pessoal em conflitos futuros”, afirma o Tenente-Coronel Josh Trantham, Chefe da Divisão de Ciência, Sistemas, Tecnologia e Inovação da USAF.
Serão 17 meses de pesquisa para elaborar modelos digitais utilizando realidade virtual e software CAD, que farão as simulações eletrônicas, avaliando a viabilidade de cada conceito.
A operação de Forças Especiais na água hoje depende muito do uso do chamado Serviço Silencioso, que são os submarinos da Marinha dos EUA, que acabam se expondo para deixar soldados em pontos estratégicos na água. Outras opções incluem o salto com para-quedas, transporte de helicóptero ou navio, que por vezes não são tão práticos quanto um C-130, além de ser mais complicado na hora da saída (extração) da missão.
