‘Forças ocultas’ estavam por trás da detenção do avião da Aeroflot, diz político do Sri Lanka

A aeronave Airbus A330 da Aeroflot, que foi detida no Sri Lanka, já voou para a Rússia na segunda-feira (6), relatou a agência estatal russa TASS. Isso foi relatado a um correspondente da TASS no aeroporto internacional de Bandaranaike, no Sri Lanka. O serviço de imprensa da Aeroflot confirmou aos jornalistas que o Airbus A330 voou de Colombo para Moscou às 15h52, horário de Moscou. 

Em 2 de junho, as autoridades aeronáuticas do Sri Lanka atenderam a uma demanda da empresa Celestial Aviation Trading Limited, da Irlanda, e impediram a decolagem da aeronave russa, que levaria 275 passageiros para Moscou. A empresa de leasing buscava retomar a posse do equipamento e conseguiu a ordem judicial, que previa um julgamento nos próximos dias e, no período, o avião deveria permanecer apreeendido.

Forças Ocultas

No entanto, a tentativa da empresa irlandesa durou pouco. Sem resistir à pressão russa, o Sri Lanka acabou por liberar a aeronave.

Aproveitando o momento, o ex-secretário-geral do Partido Comunista do Sri Lanka, Don Edwin Weerasinghe Gunasekara, alegou que “forças políticas ocultas” estiveram envolvidas no incidente com o avião da Aeroflot. Isto foi relatado na noite de domingo pelo portal de notícias do Sri Lanka News First.

Gunasekara, que também foi ex-deputado do país, está convencido de que a detenção da aeronave se deveu à interferência dessas forças e pediu ao governo que investigue o incidente com mais detalhes, “sem tomar partido por medo de tensões diplomáticas , por exemplo, com a Índia ou os Estados Unidos.” Ele também pediu ao primeiro-ministro Ranil Wickramasinghe que fornecesse ao Parlamento todas as informações sobre a situação.

A Rússia, disse ele, sempre foi amiga do Sri Lanka. Ele lembrou a difícil situação econômica da ilha e observou que o país poderia comprar gás, petróleo e fertilizantes mais baratos da Federação Russa.

Do outro lado, a dona do avião

Durou pouco a tentativa da Celestial Aviation Trading e conseguir seu avião de volta. A empresa de leasing, assim como suas congêneres de todo o mundo, tenta recuperar suas aeronaves, dado que a perspectiva de receber o pagamento por seu arrendamento não é animadora. Para piorar, a Rússia nacionalizou quase todas as aeronaves comerciais estrangeiras, à revelia de seus donos.

A princípio, o Supremo Tribunal Comercial de Colombo julgou procedente a denúncia da empresa de leasing contra a Aeroflot russa e proibiu a saída da aeronave da transportadora do país. Uma data de julgamento foi estabelecida para o final da primeira quinzena do mês. No entanto, com a queda da liminar, a dona da aeronave volta à estaca zero na tentativa de recuperar o A330.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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