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GOL espera que a regra seja cumprida e que os slots da Voepass sejam redistribuídos

A GOL Linhas Aéreas não espera grandes mudanças em Congonhas após o término das obras e a eventual redistribuição dos slots da Voepass.

A empresa, que tem no aeroporto central paulistano uma de suas principais operações, detém 41,94% dos voos em Congonhas, ficando atrás apenas da LATAM, com 43,55% das partidas e decolagens, segundo dados atualizados da plataforma AirNavRadar.

Com a extensa reforma do aeroporto, a aviação executiva perdeu parte da capacidade de pátio e também de pista, o que gerou uma disputa intensificada com a suspensão das operações da Voepass — situação que provavelmente resultará na perda dos slots da companhia por falta de uso. A menos que ocorra um “milagre” até maio, a empresa regional de Ribeirão Preto não deverá conseguir retomar suas operações e voar em Congonhas com a frequência mínima exigida.

Nesse contexto, conversamos com o CEO da GOL Linhas Aéreas, Celso Ferrer, durante um encontro com jornalistas realizado no Centro de Manutenção da companhia no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte.

O executivo afirmou que a empresa só fará planos de mudança após o fim das obras:
Não vejo como está o trabalho hoje. A questão é como gerenciar, em determinado momento, todas as fases da obra. Para isso, estabelecemos um comitê com a AENA (administradora do aeroporto) para acompanhar cada etapa, fazer a gestão de risco e avaliar a capacidade de cada intervenção que eles realizarem no aeroporto — seja uma taxiway, seja uma mudança no pátio. Tudo isso precisa ser avaliado para entender como vai interferir no futuro.

Quando questionado sobre o eventual benefício da saída da Voepass — que liberaria mais slots (ainda que poucos) para a GOL —, Ferrer foi categórico ao afirmar que não deseja nenhuma mudança que beneficie uma única empresa: “Minha posição como GOL é que espero que a regra seja cumprida. Demorou quatro anos para se chegar a essa regra. Em determinado ponto, fui bem vocal contra alguns aspectos dela, mas agora ela existe. A ANAC fez essa nova resolução, e ela precisa ser seguida. O que significa cumprir a regra? Se a empresa não operar, os slots voltam para o banco e são distribuídos de acordo com os critérios estabelecidos. Esse é o nosso posicionamento.

A regra estabelecida pela ANAC após a falência da Avianca Brasil (Oceanair) privilegia empresas entrantes no aeroporto e permitiu à Azul e a Voepass expandirem sua operação no local. Ainda assim, a presença da companhia baseada em Campinas continua limitada: atualmente, ela detém apenas 14,52% de market share em Congonhas. Por outro lado, a Total Linhas Aéreas tem se movimentado para entrar no aeroporto mesmo antes da paralisação da Voepass.