O movimento liderado por Joe Biden contra os atrasos e problemas com companhias aéreas também tem culpa no próprio governo. Desde o início do seu mandato, com a indicação de Pete Buttigieg para o Departamento de Transportes, o governo americano tem pressionado companhias aéreas por mudanças.
Os problemas na volta dos voos no pós-pandemia afetaram milhares de passageiros e Biden tem saído em defesa dos viajantes, afirmando que irá mudar o tratamento do governo com as empresas.
Uma nova regra para atrasos e cancelamentos deve ser promulgada em breve, mas a falta de funcionários e planejamento não são apenas os culpados para o pequeno caos aéreo nas últimas altas temporadas. As próprias empresas aéreas alertaram o governo federal sobre o assunto, citando que os voos estavam demorando mais tempo por fazerem desvios e esperar para que o fluxo pudesse ser organizado.
Um e-mail obtido pela CNN mostra funcionários da FAA (Agência de Aviação Civil dos EUA), em junho do ano passado, falando sobre os problemas que aconteceriam naquela temporada de verão, que tinha acabado de começar.
“Eu não acredito que tenhamos qualquer desculpas para a falta direta de pessoal em várias áreas”, afirmou um funcionário no e-mail, também dizendo que não existe botão mágico para contratar e colocar para trabalhar um controlador de tráfego aéreo.
O treinamento de controladores demora meses e, após isso, eles são acompanhado por várias semanas até entrarem no ritmo de trabalho e ficarem sozinhos em suas posições. Além disso, áreas mais congestionadas exigem pessoal com experiência prévia, não sendo fácil contratar alguém externamente, sendo necessário fazer movimentações internas.
O alto estresse e escala de trabalho fora do horário comercial afastam muitos novos candidatos, que também acham o salário baixo, principalmente após a pandemia, quando receberam auxílios do governo e em que as empresas privadas subiram o salário para reter funcionários.
Por outro lado, Pete Buttigieg tem afirmado que os problemas com controladores são apenas uma fração da causa dos cancelamentos, minimizando a falta de pessoal e, novamente, colocando a culpa nas empresas aéreas, que têm subido as tarifas para compensar a falta de oferta.
