O governo holandês deu sinal verde para planos controversos que limitam o número de voos no Aeroporto de Amsterdã Schiphol a 460.000 por ano. Essa medida tem como objetivo reduzir a poluição sonora para os residentes que vivem ao redor do principal aeroporto do país, segundo informa a Reuters.
No entanto, a transportadora aérea holandesa KLM criticou veementemente o limite de voos, chamando-o de “incompreensível” e equivalente a “destruir” tudo o que a companhia aérea construiu nos últimos 104 anos.
A medida de limitação de voos tem sido objeto de disputas nos tribunais holandeses, com recursos e contra-recursos tanto do governo quanto de uma coalizão de companhias aéreas que alegam que os planos violam as leis da União Europeia devido à falta de consulta sobre a medida.
“É difícil imaginar uma decisão tão drástica sendo tomada por um governo de saída“, criticou a CEO da KLM, Marjan Rintel, na sexta-feira. “Como um ministro de saída, você não se importa em fechar a loja“, continuou Rintel.
A KLM argumenta que possui um plano alternativo para reduzir significativamente a poluição sonora em Schiphol sem reduzir os voos. Rintel quer que o governo dê à KLM “espaço” para implementar seu plano, que envolve a utilização de aeronaves mais novas e silenciosas, bem como operações de voo mais eficientes.
De acordo com o plano da KLM, as companhias aéreas seriam impedidas de voar com aeronaves mais antigas e barulhentas para Schiphol e certos voos nas primeiras horas da manhã e tarde da noite seriam proibidos.
Isso é conhecido como “Abordagem Equilibrada“, que é consagrada na legislação da União Europeia e estabelece que cortes de voos só devem ser implementados como último recurso. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) explica como a Abordagem Equilibrada respeita tanto as necessidades dos residentes locais quanto a indústria da aviação.
“A Abordagem Equilibrada é usada especificamente para garantir que as necessidades da comunidade local sejam respeitadas, que os benefícios mais amplos da conectividade aérea para a nação sejam protegidos e que as ações sejam respeitadas internacionalmente“, disse a associação de comércio aéreo na sexta-feira.
Willie Walsh, diretor-geral da IATA, está pedindo que o plano de corte de voos seja suspenso até que um novo governo permanente, seja nomeado, embora isso agora pareça improvável de acontecer. O gabinete em exercício de funções aprovou o plano dias antes das leis controversas, ainda em andamento, serem suspensas, aguardando um novo governo assumir o controle.
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