Governo italiano está insatisfeito e pede a interessados que ofereçam mais pela ITA

Insatisfeito com as propostas entregues pelos interessados na ITA Airways, o governo italiano disse na quinta-feira, 4 de agosto, que pediu para que as partes aumentem suas propostas para compra de participação na companhia aérea estatal. Para Roma, nenhuma das propostas entregues atender aos objetivos do governo, segundo a Reuters.

No total, dois consórcios apresentaram propostas. De um lado a Lufthansa e o grupo de navegação MSC e de outro o fundo americano Certares, junto com a Delta e a Air France – KLM. As propostas foram entregues no começo do mês de julho e seu conteúdo não é público, mas há estimativas.

As ofertas

Muita coisa aconteceu desde que a Alitalia fechou suas portas e a novíssima ITA deu continuidade ao negócio, em outubro do ano passado, ainda em meio a um panorama complicado pela premente realidade econômica da empresa, a pandemia e, depois, pela guerra na Ucrânia e a disparada do preço do combustível. 

A imprensa italiana calcula que tudo isso combinado levou a uma desvalorização da empresa em cerca de 500 milhões de euros, mas, ainda assim, as ofertas teriam, à época, sido as esperadas por Roma, dado o contexto.

Pelo que consta, a Lufthansa e MSC, juntas, ofereceriam entre 800 e 850 milhões de euros, consideravelmente menos do que o 1 bilhão que planejava oferecer e muito menos do que os 1,2 a 1,4 bilhão que o estado italiano estabeleceu como valor do ITA em dezembro de 2021.

Por sua vez, o fundo de investimento norte-americano Certares ofereceria entre 550 e 600 milhões, uma queda percentual menor, uma vez que inicialmente havia sugerido um investimento entre 600 e 800 milhões, embora com um percentual de participação menor. 

A Lufthansa-MSC quer ter controle de 80% do pacote de ações. O Certares não confirmou publicamente sua participação esperada, mas certamente será maior do que a Itália pretende abrir mão.

Outra diferença entre os licitantes é a velocidade para assumir as rédeas da empresa: a Lufthansa gostaria de assumir imediatamente, enquanto a Certares precisará de um tempo de transição para recuperar o atraso e encontrar um parceiro operacional que lhe permita manter os esquemas operacionais até 2023 para que a Air France assuma o controle, juntamente com a Delta Air Lines, mesmo que esta esteja ligada do lado puramente comercial.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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