Gripen é favorito e Colômbia pode escolher o mesmo tipo de caça comprado pelo Brasil

A atual frota de caças IAI Kfir da Força Aérea Colombiana está chegando ao fim de sua vida operacional e entre as opções de substituição estão o norte-americano Lockheed Martin F-16 e o ​​sueco Saab Gripen, sendo este último o mesmo modelo usado pelo Brasil.

Em diálogo com a Blu Radio, o ministro da Defesa, Iván Velásquez, confirmou que estão em andamento negociações com diferentes licitantes para a substituição de sua frota de aviões de combate de origem israelense, que estará disponível até o primeiro semestre de 2023. chegando ao final de seu ciclo de vida operacional.

Dentro do Sistema de Defesa Nacional, no projeto que tem que sustentar as capacidades das Forças Armadas, está prevista a substituição, não só do Kfir, mas de muitos elementos que estão atingindo a idade da obsolescência”, comentou Velásquez.

Imagem: orça Aérea Brasileira

Candidatos

A Força Aérea Colombiana (FAC) há algum tempo tenta substituir sua frota Kfir por uma nova aeronave de combate, mas a crise econômica causada pela pandemia do COVID-19, agravada pela crise social e institucional que abalou o país durante o ano de 2021, fez com que ficasse impossível realizar a operação .

Entre as propostas recebidas pela FAC, destacou-se a do consórcio Airbus, que ofereceu 15 novos Eurofighter Typhoon Tranche 3, dos quais 12 seriam monopostos e 3 bipostos. Deve-se adicionar uma oferta mais econômica do Governo da Espanha para 17 aeronaves Tranche 1 ex-EdA (Ejército del Aire y Espacio) que seriam entregues atualizadas para uma Tranche superior, uma configuração, muito semelhante à Tranche 2.

Da França, o Dassault Rafale C foi oferecido em sua última variante de produção, o F3. Não se sabe se eles também disponibilizaram unidades de segunda mão, como nos casos grego ou croata.

Por sua vez, a empresa israelense IAI ofereceu seu Kfir NG, a versão mais avançada desenvolvida até hoje deste emblemático caça. O Kfir NG pode ser adquirido como uma nova construção ou como uma modernização de unidades já existentes. Acabou por ser a proposta mais econômica porque incluía recuperar, prolongar a vida útil das células e modernizar o Kfir do FAC ao nível do NG. Mas, no final das contas, isso não parece ter prevalecido na concorrência.

F16 e Gripen, os favoritos

Segundo várias fontes consultadas, os comandantes da FAC e do Ministério da Defesa favorecem o candidato norte-americano, o Lockheed Martin F-16V Block 70 e o sueco Saab Gripen E/F.

Ambos são aviões monomotores de geração 4.5++ (o que parece ser o que a Força Aérea Colombiana está procurando) com radar AESA, arquitetura eletrônica de 5ª geração, seção transversal de radar (RCS) relativamente baixa e um conjunto de armas mais do que interessante e equilibrado.

Ambos os sistemas de armas têm a virtude de serem mais baratos de operar do que um bimotor (especialmente um Gripen E, com hora de voo estimada em US$ 8.000), com juventude e muitos anos de horas de voo pela frente, e vêm tecnologicamente combinados com aeronaves de 5ª geração.

Por sua vez, a Saab afirma que o Gripen E/F é a solução de melhor custo-benefício para a Colômbia, principalmente devido aos seus planos de compensação e transferência de tecnologia. Para isso, buscaria organizar a participação industrial com a CIAC (Corporação da Indústria Aeronáutica da Colômbia).

Embora, por algum tempo, as indicações que surgiram de Bogotá apontassem para o avião de combate norte-americano como a opção preferida da FAC e do Governo. Para 2021, as negociações com a Lockheed Martin estavam bem avançadas. Rumores indicavam que o contrato para a compra de 14 F-16V Block 70 seria de US$ 4,5 bilhões.

Mas como bem disse o ministro Velásquez durante a entrevista, a decisão final caberá ao governo colombiano: “Não houve nenhuma conversa com o governo dos Estados Unidos, é uma decisão exclusiva do governo colombiano. O que o presidente Petro propôs é conseguir os melhores benefícios para o país. Se isso se consolidar, será feita a compra mais lucrativa para a Colômbia”.

A Colômbia é o maior aliado dos Estados Unidos na região e as relações entre as Forças Armadas dos dois países são historicamente próximas. Esta situação não pode ser descartada e, sem dúvida, jogará a favor da opção norte-americana. A Suécia e a Saab teriam que fazer uma oferta extremamente conveniente para a Colômbia, se quiserem superar essa desvantagem política e se posicionar em vantagem.

Nunca se deve esquecer que, para além das recomendações das Forças Armadas e das características técnicas de cada sistema de armas, este tipo de escolha é essencialmente política.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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