Há 45 anos, o voo AF-139 era sequestrado e uma operação de cinema resgataria os reféns

Foto de Mike Freer – Touchdown-aviation, GFDL 1.2 via Wikimedia Commons

Entre os dias 27 de junho e 3 de julho de 1976, um avião Airbus A300 da Air France era mantido sequestrado na cidade de Entebbe, em Uganda, após quatro membros armados da Frente Popular para a Libertação da Palestina e da Facção do Exército Vermelho (um grupo de esquerda radical da Alemanha Ocidental) desviarem o voo.

Naquele dia, o AF-139 realizava a rota regular ligando Tel Aviv a Paris, com escala em Atenas. No entanto, logo após sua parada intermediária na Grécia, os pilotos e passageiros foram rendidos e a aeronave desviada para a África. A aeronave ainda fez uma parada em Benghazi, na Líbia, onde reabasteceu e seguiu caminho, até que, em Uganda foi recebida por três cúmplices, além de membros do próprio governo local, inclusive o próprio presidente Idi Amin.

Os passageiros foram desembarcados e logo iniciou-se uma triagem, onde os israelenses foram segregados dos demais e mantidos reféns numa sala do antigo terminal do aeroporto. Fazendo isso, o objetivo do grupo terrorista e de seus cúmplices era usar a vida das cerca de 100 pessoas cativas como moeda de troca pela libertação de 53 militantes pró-palestina presos em Israel, Quênia, Alemanha e outros locais por terrorismo. Os demais passageiros do voo, que não eram ou não se pareciam com israelenses, foram libertados.

Em resposta, Israel despachou, na noite de 3 de julho, quatro aeronaves de transporte com mais de 200 soldados para Entebbe, a 4.000 quilômetros de distância. Depois de uma escala no Egito, os aviões israelenses voaram baixo até seu destino, visando evitar a detecção pelos radares. 

Na madrugada de 4 de julho, os israelenses pousaram no aeroporto sitiado e, rapidamente, se dirigiram ao terminal, onde mataram todos os sete militantes e destruíram 11 caças MiG fornecidos para Uganda pela União Soviética. Por sua vez, um militar israelense e três reféns acabaram feridos e morreram. 

Chegada dos passageiros a Israel

Toda a operação não durou mais do que 90 minutos e as Forças de Defesa de Israel (IDF) então retornaram para sua casa com os reféns a bordo de suas aeronaves.

Essa história foi contada no filme “7 Dias em Entebbe”, dirigido pelo brasileiro José Padilha e disponível em plataformas de streaming. Na revisão dos usuários do site Rotten Tomatoes, o filme mantém um índice de aprovação baixo, de 24%, e uma classificação média de 5/10. No entanto, ainda assim é um filme que vale a pena ser assistido para que se conheça um pouco mais daqueles sete dias e da operação que entrou para a história de Israel.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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