Homem entra com processo após tomar banho de querosene de um avião que passava sobre ele

Avião Boeing 777-200 Delta Air Lines
Imagem: Lasse Fuss / CC BY-SA 3.0, via Wikimedia

Em janeiro de 2020, um Boeing 777 da Delta Air Lines teve uma urgência a bordo logo após decolar do aeroporto de Los Angeles, com destino a Xangai. Tal situação levou os pilotos a tomarem a decisão de retornar com a aeronave, mas não sem antes liberar uma enorme quantidade de combustível para que o jato não pousasse acima do peso máximo de aterrissagem (MLW).

O caso ficou conhecido, principalmente, porque durante esse processo de retorno, toneladas de querosene acabaram sendo despejadas da aeronave sobre a cidade, atingindo tudo o que estava no caminho, inclusive as pessoas. O assunto ganhou grande repercussão por conta disso.

À época, a empresa aérea justificou que um problema no motor do jato pedia um retorno imediato ao aeroporto, não dando tempo para levar a aeronave a uma região não-habitada ou sobre o mar, como geralmente ocorre em casos de alijamento de combustível. Como resultado, calcula-se que 57 mil litros de combustível (15 mil galões) tenham sido despejados sobre Los Angeles a uma altitude de 700 metros.

Afetados

Pelo menos 56 pessoas no terreno sofreram irritações na pele e nos pulmões após entrarem em contato com o combustível, incluindo crianças e professores de escolas da região. O Departamento de Saúde Pública do Condado de Los Angeles disse na época que “o combustível de aviação pode causar irritação na pele e / ou irritação respiratória superior, como tosse”.

Autoridades de saúde pública esperavam que esses sintomas “melhorassem por conta própria” e sem intervenção médica, mas Gerald Castaneda disse que sofreu “ferimentos pessoais graves e duradouros” que já exigiram atenção médica e podem exigir futuras visitas ao médico, relata a mídia internacional.

Castaneda afirma que seus ferimentos o impediram de trabalhar, resultando em uma perda de rendimentos. Por conta disso, ele entrou com uma ação. Castaneda está buscando indenização por danos gerais, despesas médicas, lucros cessantes e danos à propriedade.

A ação, que foi movida no Tribunal Superior de Los Angeles, afirma que a Delta e os pilotos foram “descuidados, imprudentes e negligentes” quando iniciaram o despejo de combustível porque deveriam ter percebido que havia um “risco substancial de danos para pessoas no terreno” ao fazê-lo.

Os processos

A Delta já está enfrentando vários outros processos judiciais, juntamente com uma investigação da Federal Aviation Administration (FAA) sobre o incidente do voo DL-89. 

Na época, um porta-voz da companhia aérea com sede em Atlanta disse que liberar o combustível era “parte do procedimento normal para atingir um peso de pouso seguro”.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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