Homem pega 4 anos por golpe da bagagem perdida que tirou R$ 1,5 mi de empresas aéreas

No mês de setembro de 2021, um caso ganhou repercussão nos Estados Unidos, reportando sobre um golpista que conseguiu enganar empresas aéreas dezenas de vezes, alegando que sua bagagem havia sido perdida e pedindo elevadas indenizações.

Identificado como Pernell Anthony Jones Jr., da Louisiana, o fraudador aproveitou-se da boa fé e da fraqueza de controles de empresas como American Airlines, Alaska Airlines e United para receber centenas de milhares de dólares em reclamações de bagagem perdida. Na última semana, soube-se que ele foi condenado a quase quatro anos atrás das grades depois de chegar a um acordo com os promotores.

Jones executou seus crimes por mais de cinco anos, até ser detido em março de 2020 no Aeroporto Internacional Louis Armstrong, por suspeita de cometer fraude postal, quando foi pegar um cheque de reembolso por uma reclamação de bagagem perdida. Após sua prisão, os investigadores vasculharam a sua casa e descobriram 34 carteiras de motorista falsas, 21 carteiras de identidade de trabalho falsas e até vários crachás de funcionários de companhias aéreas com sua foto.

Isso ajudou a polícia a identificar múltiplos pedidos de reembolso nos diferentes nomes que ele usava.

Como era o golpe

Os investigadores descobriram que Jones estava usando cartões-presente pré-carregados para comprar voos domésticos sob identidades fictícias. Jones voaria para qualquer lugar usando a identidade falsa e, em seguida, faria uma reclamação à companhia aérea por bagagem perdida.

Jones usava um canhoto de bagagem despachada e registrava uma reclamação por perda. Sua ousadia era tamanha que ele mesmo retirava a bagagem da esteira e, mesmo assim, reclamava, acreditando que passaria ileso pelos controles (ou a falta deles) por parte das empresas e do aeroporto. Como ele usava nomes falsos e variado, em várias empresas diferentes, isso dificultava o rastreio por parte dos agentes. O golpe deu certo por um tempo.

No pedido de cada reembolso, ele apresentava longas listas de itens de alto valor, que elevavam a reivindicação para o valor máximo permitido para um voo doméstico nos EUA, de US$ 3.500. No total, seus pedidos somaram US$ 550 mil ao longo dos anos, mas as empresas reembolsaram cerca de US$ 300 mil (o equivalente a R$ 1,5 milhões na paridade atual das moedas).

Como nenhum golpe poderia durar para sempre, as empresas desconfiaram em certo momento, e denunciaram o homem. Os promotores não revelaram como as companhias aéreas identificaram a fraude, mas alegaram que ele já estava sob vigilância por algum tempo.

A juíza do Tribunal Distrital dos EUA, Susie Morgan, condenou Jones a 46 meses de prisão, seguidos de três anos de liberdade supervisionada. Ele também terá que pagar uma restituição às companhias aéreas no valor de US$ 327.451,61.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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