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IAG vai postergar 68 entregas de aviões e espera recuperação só em 2023

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O International Consolidated Airlines Group (IAG) apresentou hoje (7) os resultados consolidados do Grupo, que inclui as empresas Iberia, British Airways e Aer Lingus, para os três meses até 31 de março de 2020 e das perspectivas de recuperação da aviação. As notícias são desanimadoras.

IAG

Na conferência com investidores, os executivos da empresa destacaram, logo de início, que os resultados do trimestre foram significativamente afetados pelo surto da Covid-19, que teve um impacto devastador nos setores globais de companhias aéreas e viagens, resultando em bloqueios e restrições de viagem e avisos, particularmente a partir do final de fevereiro de 2020.

Por conta disso, o IAG não passou incólume. A capacidade de passageiros foi reduzida em 94% a partir do final de março, com a maioria das aeronaves paradas e com alguns voos limitados de passageiros, repatriação e carga. Embora o caixa do grupo estivesse forte, bem como suas linhas de crédito imediato de $10 bilhões de euros, ações foram tomadas para assegurar o máximo de liquidez possível, como o pedido de acesso aos créditos dos governos do Reino Unido e da Espanha.

Os custos foram reduzidos drasticamente para os meses de abril e maio, enquanto que o grupo espera um retorno significativo dos serviços em julho. Mas o cenário pintado não parece bom, já que a expectativa é de encerrar o ano com uma redução de capacidade de passageiros de 50% em relação ao ano de 2019. Mas esses planos são altamente incertos e sujeitos à flexibilização de bloqueios e restrições de viagem mundo afora.

Segundo os executivos, a IAG não espera que o nível de demanda de passageiros de 2019 se recupere antes de 2023, tornando mais medidas de reestruturação em todo o grupo essenciais; como resultado, a IAG espera adiar as entregas de 68 aeronaves (os modelos não foram detalhados) e a demissão de pessoas, muitas das quais já estão em licença não-remunerada. Aviões mais antigos também como o Boeing 747 da British e os A340 da Iberia estão sendo aposentados.

O prejuízo operacional total para o trimestre foi de € 535 milhões (versus lucro em 2019: € 135 milhões). As perdas operacionais totais, incluindo itens excepcionais relacionados a combustíveis e hedges em moeda estrangeira, chegaram a € 1.8 bilhão.

Troca no comando

O International Airlines Group (IAG) anunciou também que Luis Gallego sucederá Willie Walsh como diretor executivo do Grupo em 24 de setembro. A aposentadoria de Walsh estava prevista para algum momento no futuro, mas a data e o substituto ainda não haviam sido divulgados.

Após a conferência de hoje, Walsh emitiu uma carta em que cita o retorno:

“Estamos planejando um retorno significativo ao serviço em julho de 2020, dependendo da flexibilização dos bloqueios e restrições de viagem ao redor do mundo. Adaptaremos nossos procedimentos operacionais para garantir que nossos clientes e nosso pessoal estejam devidamente protegidos neste novo ambiente. Estamos trabalhando com os vários órgãos reguladores e estamos confiantes de que as mudanças nos regulamentos permitirão um retorno seguro e organizado ao serviço. A indústria se adaptará a novos requisitos [sanitários] da mesma forma que se adaptou aos desenvolvimentos dos requisitos de segurança no passado”.

“No entanto, não esperamos que a demanda de passageiros se recupere ao nível de 2019 antes de 2023, no mínimo. Isso significa que a reestruturação em todo o grupo é essencial para superar a crise e preservar um nível adequado de liquidez. Pretendemos sair da crise como um grupo mais forte.”

Quem quiser, pode acessar o relatório do IAG detalhado, clicando aqui.

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Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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