Início Acidentes e Incidentes

IATA pede por equipamentos de solo aprimorados nos aeroportos para conter o custo de danos

Incidente no solo, entre veículo e aeronave – Imagem: @AviationWG

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) pediu nessa terça-feira, 6 de dezembro, que o setor promova uma transição para equipamentos de suporte no solo aprimorados (Enhanced GSE) para melhorar a segurança e conter o custo de danos em operações de solo envolvendo equipamentos de suporte no solo (GSE).

O Enhanced GSE usa tecnologia anti-colisão e avanço gradual, melhora o controle do veículo e aumenta a precisão do movimento, o que minimiza o risco de ferimentos a pessoas e danos a aeronaves.

Novo relatório da IATA 

A chamada para a transição para Enhanced GSE é detalhada em um estudo recém-publicado da IATA, o “Relatório de Danos no Solo da IATA: O Caso de Equipamentos Aprimorados de Suporte no Solo” (IATA Ground Damage Report: The Case for Enhanced Ground Support Equipment), que estima que o custo anual de danos no solo pode dobrar para quase US$ 10 bilhões até 2035, a menos que sejam tomadas medidas preventivas.

O custo da previsão de danos ao solo é baseado em custos diretos (incluindo custos de mão de obra e material, custos de aluguel temporário, despesas logísticas e custos administrativos) e custos indiretos (receita perdida, custos de reposicionamento de tripulação e passageiros, custos de compensação por serviços atrasados, etc).

O estudo mostra que:

– A maioria dos danos a aeronaves no solo que ocorre quando a aeronave está parada é causada por GSE motorizado atingindo a fuselagem da aeronave;

– A taxa de danos a aeronaves de fuselagem larga no solo é dez vezes maior do que aeronaves de fuselagem estreita, mas jatos regionais, turboélice e aeronaves de fuselagem estreita são 30% mais propensos a danos graves no solo;

– Belt-loaders, cargo-loaders, escadas de passageiros e pontes de embarque de passageiros (PBB) causam 40% do total de incidentes (Fonte: banco de dados de incidentes de danos no solo da IATA);

– A transição de 75% da frota global de belt-loaders, cargo-loaders, escadas de passageiros e PBB para os Enhanced GSE reduziria o custo de dano no solo esperado em 42% (estimativa da IATA).

Nick Careen, vice-presidente sênior de operações, segurança e proteção da IATA, comenta:

“A transição para o Enhanced GSE com tecnologia anticolisão é fácil. Temos tecnologia comprovada que pode melhorar a segurança. E com o custo dos danos no solo crescendo em todo o setor, há um caso de negócios claro que apoia a adoção antecipada. O desafio agora é montar um roteiro para que todas as partes interessadas estejam alinhadas em um plano de transição”.

Sustentabilidade

Juntamente com a redução do custo de danos no solo, a transição para o Enhanced GSE também apoiará o compromisso da indústria de atingir emissões líquidas zero de CO2 até 2050, já que a maioria dos novos equipamentos é movida a eletricidade.

“O GSE mais aprimorado é alimentado eletricamente, tornando-o mais limpo e mais eficiente em termos de energia. Embora o foco principal dos esforços de descarbonização da aviação seja como impulsionamos as aeronaves em voo, o que acontece no solo não pode ser ignorado. A transição para o Enhanced GSE contribuirá para as principais prioridades de segurança e sustentabilidade do nosso setor”, disse Careen.

Fazendo a Transição e ISAGO

A IATA trabalhará com parceiros do setor para implementar estratégias, metas e programas para impulsionar a adoção do Enhanced GSE. O IATA Airport Handling Manual (AHM) já aconselha o projeto e o uso de sistemas anti-colisão GSE (Enhanced GSE) como uma prática recomendada, com muitas companhias aéreas e agentes de solo vendo os primeiros benefícios.

Os padrões globais sempre desempenharam um papel importante no compromisso da aviação com a segurança. A auditoria de segurança da IATA para operações de solo (ISAGO) tem visto um interesse renovado entre as companhias aéreas, com 55 delas se inscrevendo no esquema de compartilhamento de dados de auditoria de relatório ISAGO em 2022.

Com base no IATA AHM, a ISAGO já fornece a estrutura auditável para operações de solo seguras, e é continuamente atualizado à medida que a tecnologia evolui – incluindo a integração do Enhanced GSE nas operações, que será introduzida em breve.

Recomendações adicionais para a transição incluem:

– Os proprietários de GSE devem desenvolver planos de negócios para fazer a transição de suas frotas para o Enhanced GSE;

– Os provedores de serviços de assistência no solo (GHSPs) devem estar prontos para integrar o Enhanced GSE em suas frotas (treinamento e processos);

– As companhias aéreas devem trabalhar com os GHSPs para utilizar o Enhanced GSE durante o manuseio de aeronaves e implementar incentivos que aumentem a penetração do Enhanced GSE nas frotas dos GHSPs;

– Fabricantes de aeronaves e de GSE devem continuar a trabalhar juntos para garantir que o GSE possa operar com segurança e eficiência em torno de aeronaves;

– Os estados devem considerar políticas e estratégias para incentivar o uso de Enhanced GSE.

Informações da IATA

Sair da versão mobile